DA FOLHA RIBEIRÃO

Após fumar por 40 anos e sofrer um acidente vascular cerebral leve, a cabeleireira Carmem Lúcia Bellinazzi, 64, procurou ajuda. Ela foi atendida no programa de antitabagismo da UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, que atende 50 pacientes por mês e funciona desde 2000. Há um ano e três meses está "limpa".
"A gente fala que vai parar quando quiser, mas é um vício e sem ajuda é impossível. Pelo tanto que eu fumava, eu não acreditava que um dia ia conseguir parar. E olha que hoje nem sinto mais falta", disse Bellinazzi. Ela fumava 30 cigarros por dia e teve que tomar medicamentos antidepressivos para conseguir superar o vício.
Promovido pela Prefeitura de Ribeirão Preto, o programa tem taxa de sucesso de 40%, segundo o coordenador do programa de tabagismo do HC e médico da UBDS, Clésio Souza Soares. O sucesso do programa fez com fosse criada uma fila de espera -atualmente 600 pessoas esperam atendimento.
Para a gerente da UBDS, Maria de Lourdes Vilela, a população está se conscientizando. "A população se preocupa mais com a saúde e está parando. Atualmente fumar é considerado até brega", afirmou Vilela.
Soares disse que a grande dificuldade dos pacientes é separar o vício dos hábitos. "Nesse ponto, a ajuda de um psicólogo pode ser mais significativa que a de um médico", afirmou.
"Estou lutando muito para não voltar", disse o aposentado Sérgio de Sá, 66, que está sem cigarro há dois meses, depois de 53 anos como fumante.


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