|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
População que mora nos extremos sofre para chegar aos postos de saúde
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
|
Daniela com as filhas Larissa e Letícia, no sítio em que moram, na zona rural de Bonfim |
DA FOLHA RIBEIRÃO
Cidade que simboliza o desenvolvimento no interior do
Estado, Ribeirão Preto ganhou novos bairros nos últimos anos e viu outros crescerem. A estrutura de atendimento da rede pública de saúde, no entanto, não acompanhou essa evolução.
A Folha percorreu os extremos da cidade -foi aos
bairros Ribeirão Verde e à zona rural de Bonfim Paulista-
e constatou a ineficiência do
município em atender a
quem mora longe do centro.
Daniela de Souza, 25, é caseira de um sítio distante até
do centro de Bonfim Paulista,
na zona rural do distrito. Mãe
de duas filhas, uma delas com
pneumonia, ela disse que vive
uma saga cada vez que precisa de atendimento.
De carro, recém-comprado
pelo marido justamente por
preocupação com a saúde das
duas filhas, a família leva 25
minutos para chegar à UBS
(Unidade Básica de Saúde)
mais próxima, no centro de
Bonfim. Para chegar à unidade de emergência mais próxima, a UBDS do Castelo Branco, os Souzas demoram mais
de uma hora.
"Se tiver de morrer, morre.
Já chamei a ambulância duas
vezes e ela vem, mas muito
tempo depois. Dizem que só
saem para cá se tiverem outro atendimento na região."
O problema é semelhante
no Ribeirão Verde, onde há
uma UBS que vive lotada, segundo os moradores. Lá, a
população já abandonou o
serviço de ambulâncias e, para atendimento de urgência,
vai até a UBDS do Quintino
Facci 2, em geral de ônibus,
em trajeto que dura uma hora
e meia, em média. "E o Leva e
Traz da saúde não serve. Ele
só faz transporte para consultas marcadas ou encaminhadas pelo posto", disse o pedreiro Vanderlei Folioti, 39.
Para a Secretaria da Saúde,
Ribeirão tem uma distribuição de unidades de saúde rara
no Estado. "Para se ter uma
ideia, Campinas, com o dobro
da nossa população, tem apenas duas UBDSs", disse o médico Nélio Rezende.
Uma solução para o problema, segundo ele, seria o esquema de acolhimento, que
consiste em um médico da
UBS ser capacitado para
atender urgências.
A prefeitura informou que
está nos planos para os próximos quatro anos reformar e
construir novas unidades básicas. Só não informou detalhes desses planos.
Texto Anterior: 30% faltam no mutirão do DNA em Ribeirão Próximo Texto: Política: Temer anuncia R$ 2,5 milhões para o pronto-atendimento Índice
|