Ribeirão Preto, Segunda-feira, 29 de Junho de 2009

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População que mora nos extremos sofre para chegar aos postos de saúde

Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Daniela com as filhas Larissa e Letícia, no sítio em que moram, na zona rural de Bonfim


DA FOLHA RIBEIRÃO

Cidade que simboliza o desenvolvimento no interior do Estado, Ribeirão Preto ganhou novos bairros nos últimos anos e viu outros crescerem. A estrutura de atendimento da rede pública de saúde, no entanto, não acompanhou essa evolução.
A Folha percorreu os extremos da cidade -foi aos bairros Ribeirão Verde e à zona rural de Bonfim Paulista- e constatou a ineficiência do município em atender a quem mora longe do centro.
Daniela de Souza, 25, é caseira de um sítio distante até do centro de Bonfim Paulista, na zona rural do distrito. Mãe de duas filhas, uma delas com pneumonia, ela disse que vive uma saga cada vez que precisa de atendimento.
De carro, recém-comprado pelo marido justamente por preocupação com a saúde das duas filhas, a família leva 25 minutos para chegar à UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima, no centro de Bonfim. Para chegar à unidade de emergência mais próxima, a UBDS do Castelo Branco, os Souzas demoram mais de uma hora.
"Se tiver de morrer, morre. Já chamei a ambulância duas vezes e ela vem, mas muito tempo depois. Dizem que só saem para cá se tiverem outro atendimento na região."
O problema é semelhante no Ribeirão Verde, onde há uma UBS que vive lotada, segundo os moradores. Lá, a população já abandonou o serviço de ambulâncias e, para atendimento de urgência, vai até a UBDS do Quintino Facci 2, em geral de ônibus, em trajeto que dura uma hora e meia, em média. "E o Leva e Traz da saúde não serve. Ele só faz transporte para consultas marcadas ou encaminhadas pelo posto", disse o pedreiro Vanderlei Folioti, 39.
Para a Secretaria da Saúde, Ribeirão tem uma distribuição de unidades de saúde rara no Estado. "Para se ter uma ideia, Campinas, com o dobro da nossa população, tem apenas duas UBDSs", disse o médico Nélio Rezende.
Uma solução para o problema, segundo ele, seria o esquema de acolhimento, que consiste em um médico da UBS ser capacitado para atender urgências.
A prefeitura informou que está nos planos para os próximos quatro anos reformar e construir novas unidades básicas. Só não informou detalhes desses planos.


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