Medida segue recomendação do Estado; colégios privados e universidades adiam retorno das atividades

Silva Junior/Folha Imagem

Cartaz na escola Guimarães Junior, em Ribeirão, avisa sobre a suspensão das aulas, determinada ontem pela Secretaria da Educação

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

LIGIA SOTRATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A Prefeitura de Ribeirão Preto acatou a recomendação do Estado e também decidiu suspender as aulas nas escolas municipais. Os 44,6 mil alunos tinham voltado das férias anteontem. Os estudantes só devem retomar o ano letivo no próximo dia 17, como os colegas da rede estadual.
Entre os colégios particulares, a rede COC, que começou as aulas anteontem, também decidiu suspender as atividades, mas até o dia 10. A suspensão inclui as Faculdades COC. Somente as aulas do cursinho e do 3º ano do ensino médio serão mantidas, por causa do calendário do vestibular.
A USP, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), o Centro Universitário Barão de Mauá e a Regis, que retornariam das férias na próxima semana, adiaram o reinício para a data recomendada pelo Estado.
Na rede particular, o Sieesp (Sindicato dos Estabelecimento de Ensino do Estado de São Paulo) irá recomendar a todas as escolas que sigam a orientação de postergar as aulas. Em Ribeirão, já aceitaram a prorrogação para o dia 17 os colégios Anchieta, Liceu Albert Sabin, Ateneu e Carlos Chagas.
A direção do colégio Bento Benedini informou que, por enquanto, irá manter o reinício das aulas para hoje.
No ensino superior, a Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) e o Centro Universitário Moura Lacerda, que ainda não retomaram o ano letivo, disseram que não definiram se vão postergar as aulas.
"Vamos cumprir a determinação, porque o município não tem condições de dimensionar o tamanho dessa epidemia", disse ontem a prefeita Dárcy Vera (DEM) à imprensa.
Antes de tomar a decisão, o município consultou outras cidades, como Araraquara, que já havia anunciado o adiamento das aulas, e Franca, que também tomou a mesma decisão ontem. São Carlos irá manter as aulas, iniciadas anteontem.
Dárcy também consultou o Ministério Público e vai comunicar à Defensoria Pública que as aulas serão suspensas também nas creches e pré-escolas. A medida visa evitar que a prefeitura seja punida pelos dois órgãos -na semana retrasada, o TJ (Tribunal de Justiça) condenou o município a oferecer vagas na rede infantil também nas férias.

Surpresa
A suspensão das aulas recém-retomadas surpreendeu ontem pais e alunos. Para Rosemary Ortolan, 47, cuja filha estuda na escola estadual Djanira Velho, na Vila Virgínia, a medida é desnecessária. "Estamos sujeitos a pegar o vírus em qualquer lugar. Como não teve nenhum caso na escola, acho que deveria continuar", disse.
Antes da decisão da prefeitura, Graciela Aparecida da Silva, de 24 anos, já havia decidido não levar o filho Gustavo, 4, à Emei Santa Terezinha. "Estou com medo dessa gripe e vou esperar algum tempo para levá-lo. Como nesta época de inverno muita criança fica doente, achei melhor deixá-lo em casa."
A empresária Fernanda Kuhn, 36, mãe de dois alunos do COC, de 9 anos e 11 anos, o atraso nas aulas é bem-vindo. "É um tempo para os pais se orientarem melhor. Acho que tem mais caso do que é divulgado e, como minha filha tem asma, quero tomar as precauções adequadas."


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