Governos terão de oferecer acervo amplo e um responsável no local

Para MEC, profissional precisa ser formado em biblioteconomia, mas especialista aceita ideia de serviço em rede

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma nova lei pretende pôr um fim em, no máximo, dez anos, à precariedade das bibliotecas de escolas públicas de todo o país.
Aprovada em maio deste ano, a lei 12.244 determina que todas as instituições de ensino brasileiras tenham bibliotecas adequadas.
Isso quer dizer acervos com ao menos um livro por aluno, em um espaço coordenado por um bibliotecário -pessoa formada em biblioteconomia, segundo o MEC.
As escolas terão até 2020 para se adaptar. O prazo é necessário, por exemplo, para formar profissionais nessa área. E já pode se tornar um entrave aos governos.
Isso porque a maioria das escolas tem um professor, e não um bibliotecário, como responsável pela sala.
O projeto modelo de salas de leitura do governo paulista, por exemplo, contrata professores de português. A secretaria diz que o projeto integra professores e, em rede, bibliotecários, e que por isso se adequa à lei.
Na opinião da bibliotecária Ivete Pieruccini, da USP de São Paulo, é possível mesclar professores nas bibliotecas com um bibliotecário na coordenação da rede.
Isso já ocorre, por exemplo, em um modelo implantado em São Bernardo do Campo, com apoio da USP.
Segundo ela, as deficiências de bibliotecas em Ribeirão são comuns a outras do país, por falta de políticas públicas adequadas. "Essas políticas ou não estão sendo aplicadas ou não existem."
Segundo o professor Cláudio Marcondes de Castro Filho, da USP de Ribeirão, especializado em biblioteca escolar, uma boa alternativa é as escolas buscarem parceria com as universidades para organizar suas bibliotecas.
"É uma ponte que pode ser feita para preparar o professor e organizar o acervo."


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