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Sobrevivente de chacina fala à polícia pela 1ª vez
Marido tomava remédio controlado, diz mulher
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A cabeleireira Valéria Gomes
Freitas, 37, que sobreviveu à
chacina em que morreram sua
sogra e dois dos seus três filhos,
em Franca, na semana passada,
disse ontem à Polícia Civil que
seu marido, o ex-seminarista
Helder Massucato Rezende, 45
-suspeito dos crimes e que se
matou em seguida, segundo a
polícia-, tomava remédios
controlados para combater a
depressão e ingeria bebidas alcoólicas esporadicamente.
Ela foi ouvida pelo delegado
Márcio Murari, no hospital em
depoimento extra-oficial. "Ela
disse que acordou por volta das
8h45, tomou café e saía para
trabalhar quando o marido
chegou perto dela e atirou. Ela
afirmou que pensava que ele tinha se aproximado para se despedir. Depois que foi atingida,
ela disse ter ouvido mais dois tiros e um grito", disse Murari.
Segundo ele, Valéria afirmou
desconhecer se o marido tinha
envolvimento com drogas. "Sobre brigas conjugais ela disse
apenas que tinham brigas como
todo casal, mas nada que teria
motivado o ato", afirmou.
Dos 11 órgãos das duas crianças que morreram -Alexandre,
7, e Letícia, 10-, seis foram
transplantados até ontem. Os
quatro rins das duas crianças
foram transplantados ontem.
Em Ribeirão, receberam os
órgãos um homem de 33 anos
de Araçatuba e outro de 36 de
Franca. Em Marília, uma garota de 17 anos moradora de Assis
recebeu um rim. Em São José
do Rio Preto, uma mulher de 47
anos recebeu o outro. Anteontem os dois fígados foram
transplantados, um no HC de
Ribeirão e outro em Sorocaba
-não foram divulgadas informações dos receptores.
O pâncreas de Letícia foi levado a um hospital na capital.
As córneas ainda estão sendo
analisadas. O coração e os pulmões das crianças não puderam ser aproveitados por causa
de medicamentos utilizados
para manter o coração batendo.
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