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Franca exporta mais calçados no bimestre
Números revelam indícios de recuperação do setor, na comparação com 2009; indústria festeja abertura de novas fronteiras
EUA e Europa aumentam suas compras, mas focos de interesse da indústria são o mercado interno e os outros importadores
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Sinal de recuperação nas exportações de calçados das indústrias de Franca. No primeiro bimestre deste ano, o setor
exportou 456.099 pares, uma
alta de 10,5% em relação ao
mesmo período de 2009.
Apesar da base de comparação não ser favorável -2009 foi
um "ano para esquecer", segundo o presidente do Sindifranca
(Sindicato das Indústrias de
Calçado de Franca), José Carlos Brigagão do Couto-, os produtores comemoram a retomada de mercados tradicionais,
como Estados Unidos e Europa, e a expansão do produto
francano para novas fronteiras,
como Emirados Árabes, Arábia
Saudita e Sérvia.
A Espanha, segunda maior
consumidora da indústria calçadista de Franca no primeiro
bimestre, adquiriu US$ 1,31 milhão em sapatos neste ano, ante
US$ 639 mil no mesmo período
em 2009. Maior cliente, os Estados Unidos tiveram desempenho mais tímido: passaram
de US$ 4,82 milhões para 5,02
milhões, alta de 4%.
"Estamos sentindo que está
melhor, mas a recuperação é
lenta, sem euforia", diz o empresário José Rosa Jacomete,
da Anatomic Gel.
No mercado europeu, segundo ele, o impacto da crise econômica foi menor -ao menos
no bolso dos compradores de
sapatos- e o crescimento das
exportações reflete a retomada
da demanda.
Já para os Estados Unidos, as
vendas continuam pouco aquecidas. "Mas com esse [país] eu
não estou muito preocupado",
disse Jacomete.
Os focos da preocupação do
empresário, agora, são o mercado interno e outros importadores que têm ganhado mais
importância nos últimos anos.
É o caso da Arábia Saudita e dos
Emirados Árabes Unidos.
"A cada semestre, a cada feira
que participamos, aumentam
os negócios com esses compradores", disse Jacomete.
País rico em petróleo e de
maioria muçulmana, a Arábia
Saudita, do ramo mais conservador da religião, tem como característica, segundo Jacomete, pagar em dia e comprar,
principalmente, sapatos pretos
e sem cadarço.
Essas preferências, disse o
empresário, são explicadas pelo fator religioso. "Como tiram
os sapatos para orar várias vezes ao dia, eles preferem um
calçados mais prático."
Para Brigagão, a retomada
das exportações no bimestre
mostra o empenho dos empresários em colocar seus produtos no mercado internacional,
mesmo diante do efeitos da crise econômica, e com o câmbio e
o sistema tributário brasileiro
dificultando essa tarefa.
A presença de grandes redes
europeias na Couromoda
-maior feira do setor na América Latina- deste ano está
contribuindo para impulsionar
os embarques de sapatos, disse
o presidente do Sindifranca.
Junto com o aquecimento do
mercado interno, as exportações estão ajudando a indústria
de Franca a aumentar as contratações. Em 2010, o setor
abriu 4.045 postos de trabalho,
ante 2.381 no primeiro bimestre de 2009.
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