Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Maio de 2010

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Era o azarão e ganhei, diz Paulo Gomes

Ex-piloto, tetracampeão da Stock Car, receberá nesta semana, na Câmara, o título de cidadão ribeirão-pretano

Desempenho nas pistas faz ex-piloto dizer que será difícil ser superado nas corridas pelos filhos Marcos e Pedro Gomes

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O 22 sempre acompanhou Paulo Gomes, 62, o Paulão, durante praticamente toda a sua carreira na Stock Car Brasil. Mas o ex-piloto de Ribeirão Preto acumulou muitos outros números em sua trajetória. Aqui vão alguns deles: 1º campeão nacional da categoria, na temporada de 1979, 300 corridas realizadas, 33 melhores voltas, 40 vitórias e 23 pole positions.
Para o começo vitorioso, ele ganhou uma "mão na roda" do destino. Na última corrida da primeira competição de Stock Car do Brasil, Gomes estava 20 pontos atrás dos dois pilotos favoritos. As chances de comemorar o título não eram lá muito prováveis, mas os dois concorrentes bateram.
"Eu era o azarão e ganhei o campeonato", lembra. Ele comemoraria o título mais três vezes (1983, 1984 e 1995), fora outros dez títulos em outras categorias.
E trinta e um anos depois de tudo, o esporte ainda é motivo de alegrias para Gomes. Além de ver os filhos Marcos e Pedro, que também viraram pilotos, ele ainda poderá assistir à quinta etapa da Stock Car 2010 em Ribeirão, no próximo domingo.
Gomes veio de Santa Cruz do Sul (RS) com oito anos de idade e atualmente define Ribeirão Preto como a sua "cidade do coração".
"É onde meus filhos nasceram e onde estão os meus melhores amigos. Eu amo Ribeirão", afirmou o tetracampeão. Durante esta semana, o ex-piloto receberá o título de cidadão ribeirão-pretano da Câmara local.

 


LARGADA
O gosto pelo mundo da velocidade começou cedo na vida do ex-piloto. "Meu pai trabalhava no Banco do Brasil e ele já gostava de corridas. Os amigos dele corriam de carreteira e iam lá em casa adesivar os carros. Eu ficava no meio de tudo e quando dava ia ver as disputas. Quando nos mudamos para Ribeirão, meu pai me levava para o kartódromo e, com o tempo, arrumei um jeito de começar a correr também. Eu comecei com 16 anos", conta.

1ª CURVA
É praticamente senso comum que automobilismo é um esporte elitizado. Mas essa condição não freou Gomes: "Eu nunca tive muito dinheiro e venci", afirmou.
Isso, no entanto, não quer dizer que a trajetória foi fácil, segundo ele. "Corri atrás, meu amigo. Trabalhei na fazenda de um amigo e arrumei patrocínios com uma oficina da Volkswagen e com uma loja de peças. Batalhei, batalhei até conseguir. Fui atrás, fui à luta, muita luta."

BANDEIRADA
Se a luta valeu? "Minha vida não se resume à Stock Car e o automobilismo brasileiro também não. Ganhei 14 campeonatos nacionais, quatro deles na Stock Car. E tenho um nome muito respeitado no cenário nacional", avalia o ex-piloto, que não recorre à falsa modéstia para falar de seu histórico.
Quando perguntado sobre as chances que seus filhos corredores -Marcos e Pedro Gomes, que disputam a Stock- têm de superá-lo nas pistas, respondeu: "Ah, vai ser difícil, hein?!" Depois ele riu do próprio comentário.


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