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Repúblicas embalam Carnaval na região
Grupos de amigos são tradicionais nas festas realizadas em Taquaritinga, Borborema, Brodowski e Orlândia
Em Taquaritinga, cujo Carnaval atrai cerca de 20 mil foliões por noite, as antigas repúblicas se transformaram em blocos
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Casas antigas no centro da cidade, garagem da família, rancho à beira da represa. As repúblicas de Carnaval na região vão
do improviso a uma festa bem
organizada que reúne até 300
pessoas. Ao estilo mineiro, a folia em grupos de amigos é tradição em quatro cidades da região. Taquaritinga, Borborema,
Brodoswki e Orlândia atraem
até 190 mil turistas.
Ao contrário das tradicionais
repúblicas mineiras, onde as
pessoas acabam fazendo do local a moradia provisória nos
dias de Carnaval, as repúblicas
da região funcionam como concentrações para grupos de amigos antes da folia.
"Começou com uma turma
do colégio da cidade que resolveu se reunir no Carnaval para
depois ir para a festa. Hoje são
cerca de 50 amigos e todo ano
alugamos uma casa nesta data",
disse a publicitária Marina Sala, 22, da república CMS (Cromossomos), que surgiu em
2003, em Taquaritinga.
A cidade mantém desde a década de 1980 um Carnaval de
rua conhecido como Batatão
-nome do antigo carro roxo
que puxa a folia. Cerca de 20 mil
pessoas participam por noite.
A cidade tem várias repúblicas que, conforme se consolidam, até se organizam em blocos carnavalescos. É o caso do
grupo DNA, significado de "Dia
e Noite Alcoolizados".
"Primeiro veio a república na
garagem de um amigo. Depois a
ideia de montar o bloco e o
evento foi crescendo tanto que
hoje temos um local fixo, que
alugamos para o ano todo", disse
André Ederson Moutinho, 22,
estudante de engenharia e integrante do DNA. O grupo recebe
até 300 pessoas para o Carnaval.
Para driblar a dificuldade em
encontrar um imóvel diferente
a cada Carnaval, o grupo tem
uma sede fixa em Taquaritinga
que custa, com aluguel e contas
de água e luz, aproximadamente
R$ 8 mil por ano.
Em Borborema, os grupos são
mais heterogêneos e o local
também é diferente. "Aqui a
atração são os ranchos, porque
dá para passar o dia na represa e
à noite ir para o Carnaval", disse
Marcos da Silva Araújo, 43, que
alugas casas em um condomínio
à beira da represa. A disputa por
um imóvel para a folia começa
em outubro. O valor da diária
varia de R$ 80 a R$ 250.
Em Brodoswki, as repúblicas
são históricas e, além de casas
alugadas, usam chácaras. "Nos
reunimos desde 1999 e o grupo
permanece. Neste ano é na propriedade de um amigo", disse o
desenhista industrial Guilherme Zapolla Guimarães, 25, do
grupo Barracão.
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