Empresa anunciou 550 demissões nas 3 unidades e foi alvo de protesto de produtores

Edson Silva/Folha Imagem

Na entrada da Nilza, produtores de leite de Minas mostram notas que não foram pagas pela empresa

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A indústria de alimentos Nilza S/A, de Ribeirão Preto, que pediu recuperação judicial na última sexta, pode ter o fornecimento de energia suspenso a partir de hoje. A CPFL Paulista é uma das credoras da empresa, que anunciou ontem ter uma dívida total de R$ 200 milhões.
Diante da ameaça de corte de energia, advogados de defesa entraram com pedido de urgência ontem na 4ª Vara Cível para que fosse impedido o corte de energia. A interrupção, diz o documento, seria um "fato de extrema gravidade que, se concretizado, interromperia de vez as atividades fundamentais da empresa."
O juiz Héber Mendes Batista indeferiu o pedido da Nilza.
A assessoria de imprensa da CPFL Paulista informou ontem que a ordem de corte da energia está emitida e que deve ocorrer nos próximos dias, possivelmente hoje.

Demissões
A Nilza, em nota, confirmou a demissão de 550 funcionários nas três unidades, de 1.000 empregados diretos. A empresa decidiu desativar um turno, o que resultou na demissão de 330 funcionários na unidade de Ribeirão Preto, 180 em Itamonte (MG) e outros 40 em Campo Belo.
Produtores de leite alegam que desde dezembro não recebem o pagamento pelo leite entregue ao laticínio. Ontem de manhã, um grupo de 47 assentados de Pompéu (MG) protestou na porta da empresa em Ribeirão, com notas fiscais não pagas nas mãos.
Ontem, a fábrica não funcionou -apenas porteiros e equipe de segurança trabalharam. Segundo a empresa, os funcionários foram dispensados por causa do protesto na porta.
Os manifestantes chegaram às 7h e ficaram o dia todo na entrada. Eles prometeram que não saíriam sem receber. No final da tarde, foram recebidos por advogados da empresa. Até o fechamento desta edição, a reunião não tinha terminado.