Ribeirão Preto, Terça-feira, 31 de Março de 2009

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Sindicatos de sapateiros e das indústrias entram em colisão

Proposta de negociação individual com fábricas divulgada em circular irrita patrões

Categoria diz que não pode esperar decisão do Sindifranca até o final do ano; Brigagão afirma que faltou ética ao sindicato


JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Os sindicatos dos sapateiros e das indústrias calçadistas entraram em rota de colisão em Franca. Após o impasse criado em torno das negociações entre patrões e empregados pelo reajuste, o sindicato que representa os trabalhadores decidiu tentar fechar acordos individuais com as empresas. "Não podemos esperar o Sindifranca até o fim do ano", disse Paulo Afonso Ribeiro, o presidente do órgão.
A discussão se acirrou porque, na sexta-feira, o sindicato dos sapateiros enviou uma circular para empresas e escritórios de contabilidade dizendo que estavam partindo para as negociações individuais.
A ideia não agradou ao Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca). Para o presidente da entidade, José Carlos Brigagão, "o representante na negociação é o Sindifranca, então qualquer acordo tem que passar por aqui". Ele qualificou o comportamento do sindicato de "antiético".
"Pelo jeito como foi colocado, parece que concordamos", disse Brigagão. Ele afirmou que não tomou conhecimento a tempo das contrapropostas contidas no documento. Para Ribeiro, a iniciativa de suspender as negociações foi do sindicato patronal. "Ao fazerem isso, eles nos deram a alternativa de negociar individualmente." Segundo ele, o Sindifranca sabia das novas reivindicações.
Na proposta enviada às empresas, os trabalhadores propõem um reajuste menor para os salários -de 16,75% para 7,5%- e para o piso da categoria, de R$ 740 para R$ 565. Itens como transporte gratuito e cestas básicas foram deixados de lado, segundo informe da categoria. A implantação do banco de horas, uma das razões que levaram o Sindifranca a se retirar da mesa de negociações na semana passada, "nem entrou em discussão", disse Ribeiro. O presidente do Sindifranca disse que não abre mão disso.
Segundo o professor de direito tributário da USP Estevão Mallet, a negociação direta entre empresários e empresas "é claramente legal". A única ressalva, de acordo com Mallet, é que os acordo não podem ser estendidos a toda a categoria.


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