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Sindicatos de sapateiros e das indústrias entram em colisão
Proposta de
negociação
individual com
fábricas divulgada
em circular irrita
patrões
Categoria diz que não pode
esperar decisão do
Sindifranca até o final do
ano; Brigagão afirma que
faltou ética ao sindicato
JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Os sindicatos dos sapateiros
e das indústrias calçadistas entraram em rota de colisão em
Franca. Após o impasse criado
em torno das negociações entre
patrões e empregados pelo reajuste, o sindicato que representa os trabalhadores decidiu tentar fechar acordos individuais
com as empresas. "Não podemos esperar o Sindifranca até o
fim do ano", disse Paulo Afonso
Ribeiro, o presidente do órgão.
A discussão se acirrou porque, na sexta-feira, o sindicato
dos sapateiros enviou uma circular para empresas e escritórios de contabilidade dizendo
que estavam partindo para as
negociações individuais.
A ideia não agradou ao Sindifranca (Sindicato da Indústria
de Calçados de Franca). Para o
presidente da entidade, José
Carlos Brigagão, "o representante na negociação é o Sindifranca, então qualquer acordo
tem que passar por aqui". Ele
qualificou o comportamento
do sindicato de "antiético".
"Pelo jeito como foi colocado,
parece que concordamos", disse Brigagão. Ele afirmou que
não tomou conhecimento a
tempo das contrapropostas
contidas no documento. Para
Ribeiro, a iniciativa de suspender as negociações foi do sindicato patronal. "Ao fazerem isso,
eles nos deram a alternativa de
negociar individualmente." Segundo ele, o Sindifranca sabia
das novas reivindicações.
Na proposta enviada às empresas, os trabalhadores propõem um reajuste menor para
os salários -de 16,75% para
7,5%- e para o piso da categoria, de R$ 740 para R$ 565.
Itens como transporte gratuito
e cestas básicas foram deixados
de lado, segundo informe da categoria. A implantação do banco de horas, uma das razões que
levaram o Sindifranca a se retirar da mesa de negociações na
semana passada, "nem entrou
em discussão", disse Ribeiro. O
presidente do Sindifranca disse
que não abre mão disso.
Segundo o professor de direito tributário da USP Estevão
Mallet, a negociação direta entre empresários e empresas "é
claramente legal". A única ressalva, de acordo com Mallet, é
que os acordo não podem ser
estendidos a toda a categoria.
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