Ribeirão Preto, Segunda-feira, 31 de Agosto de 2009

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Ribeirão tem superlotação em escola da rede municipal

Superpopulação é vista em pelo menos 4 escolas, segundo conselho e docentes

Secretaria da Educação de Ribeirão diz que problema existe, mas em "em pouquíssimas séries, em pouquíssimas escolas"

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Às vésperas de implantar o novo sistema de progressão continuada, que permite repetência a partir do terceiro ano, as escolas da rede municipal de Ribeirão Preto enfrentam excesso de alunos nas salas.
Segundo o Conselho Municipal da Educação, professores e membros do Sindicato dos Servidores Municipais, pelo menos quatro escolas da rede estão com alunos além do limite previsto em lei. A prefeitura admite que há superlotação, mas em poucas escolas.
Pela resolução do Conselho Municipal de Educação, as turmas devem ter no máximo 25 alunos para os três primeiros anos do ensino fundamental, 30 alunos para 4º e 5º anos e até 35 para 6º ao 9º ano.
Entre as escolas citadas, está uma das mais populosas, a Dom Luis do Amaral Mousinho. Professora de história na escola e secretária do conselho, Adriana de Bortoli Gentil disse que há turmas de 5º ano com 40 alunos na sala. No 8º ano, a situação é pior: quase 50.
"É um número excessivo, o professor não consegue dar atenção a todos. Não temos salas suficiente. E com a volta da retenção, onde vão ser colocados esses alunos?" A situação de superlotação, segundo ela, se repete nas escolas Alfeu Gasparini e Anísio Teixeira, além de escolas da periferia, como Neusa Miquelutti Marzolla, no Jardim Maria Goretti, e Salvador Marturano, no Parque Ribeirão Preto.
O excesso de alunos pode prejudicar a implantação da progressão, segundo o presidente do conselho, José Marcelino de Rezende Pinto, que se posicionou contra a mudança.
O professor disse que o problema de superlotação já foi levado várias vezes pelos conselheiros na reunião do órgão como situação que existe principalmente na periferia. "O temor é que as taxas de reprovação aumentem justamente nas áreas mais pobres, que estão com as turmas mais lotadas."
O presidente da seccional de educação do sindicato, Giovani Martins de Souza, disse que o problema de superlotação é real e que a situação foi levada à secretária da Educação. Ele disse temer que a mudança na proposta pedagógica, voltando à possibilidade de retenção, possa se agravar com o quadro de excesso de alunos nas salas. "Precisa colocar o limite apropriado de alunos. Se a sala fica muito cheia, como o professor poderá trabalhar caso a caso para evitar que o aluno repita no fim do ano?"
A secretária da Educação, Débora Vendramini, disse que os casos de excesso de alunos em sala ocorrem em "pouquíssimas séries, em pouquíssimas escolas." As mais lotadas são do centro. "São muito procuradas, pela qualidade do ensino."
O representante da secretaria no Conselho Municipal da Educação, Luis Lopes, admitiu que há excesso de alunos, mas nega que seja um problema em toda a rede. "Em algumas unidades, é pontual. Mas, nas unidades onde ocorre, é crítica", disse Lopes, citando as escolas Mousinho e Alfeu Gasparini.
O conselheiro afirmou que essas escolas enfrentam excesso de alunos por serem centrais e muito procuradas pelos pais. Nas demais escolas, há excesso mais nas séries iniciais, segundo Lopes, pelo fato de o limite ser menor -25 alunos por sala.
A secretaria prevê entregar ainda neste semestre uma escola de educação fundamental no Antonio Palocci. Outra unidade em construção no Jardim Marquesi deverá desafogar demandas no entorno. Devem ser licitadas, ainda neste ano, obras para mais três escolas.


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