|
Próximo Texto | Índice
Ribeirão tem superlotação em escola da rede municipal
Superpopulação é vista em pelo menos 4 escolas, segundo conselho e docentes
Secretaria da Educação de Ribeirão diz que problema existe, mas em "em pouquíssimas séries, em pouquíssimas escolas"
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Às vésperas de implantar o
novo sistema de progressão
continuada, que permite repetência a partir do terceiro ano,
as escolas da rede municipal de
Ribeirão Preto enfrentam excesso de alunos nas salas.
Segundo o Conselho Municipal da Educação, professores e
membros do Sindicato dos Servidores Municipais, pelo menos quatro escolas da rede estão com alunos além do limite
previsto em lei. A prefeitura admite que há superlotação, mas
em poucas escolas.
Pela resolução do Conselho
Municipal de Educação, as turmas devem ter no máximo 25
alunos para os três primeiros
anos do ensino fundamental,
30 alunos para 4º e 5º anos e até
35 para 6º ao 9º ano.
Entre as escolas citadas, está
uma das mais populosas, a Dom
Luis do Amaral Mousinho. Professora de história na escola e
secretária do conselho, Adriana
de Bortoli Gentil disse que há
turmas de 5º ano com 40 alunos na sala. No 8º ano, a situação é pior: quase 50.
"É um número excessivo, o
professor não consegue dar
atenção a todos. Não temos salas suficiente. E com a volta da
retenção, onde vão ser colocados esses alunos?" A situação
de superlotação, segundo ela,
se repete nas escolas Alfeu Gasparini e Anísio Teixeira, além
de escolas da periferia, como
Neusa Miquelutti Marzolla, no
Jardim Maria Goretti, e Salvador Marturano, no Parque Ribeirão Preto.
O excesso de alunos pode
prejudicar a implantação da
progressão, segundo o presidente do conselho, José Marcelino de Rezende Pinto, que se
posicionou contra a mudança.
O professor disse que o problema de superlotação já foi levado várias vezes pelos conselheiros na reunião do órgão como situação que existe principalmente na periferia. "O temor é que as taxas de reprovação aumentem justamente nas
áreas mais pobres, que estão
com as turmas mais lotadas."
O presidente da seccional de
educação do sindicato, Giovani
Martins de Souza, disse que o
problema de superlotação é
real e que a situação foi levada à
secretária da Educação. Ele disse temer que a mudança na
proposta pedagógica, voltando
à possibilidade de retenção,
possa se agravar com o quadro
de excesso de alunos nas salas.
"Precisa colocar o limite apropriado de alunos. Se a sala fica
muito cheia, como o professor
poderá trabalhar caso a caso
para evitar que o aluno repita
no fim do ano?"
A secretária da Educação,
Débora Vendramini, disse que
os casos de excesso de alunos
em sala ocorrem em "pouquíssimas séries, em pouquíssimas
escolas." As mais lotadas são do
centro. "São muito procuradas,
pela qualidade do ensino."
O representante da secretaria no Conselho Municipal da
Educação, Luis Lopes, admitiu
que há excesso de alunos, mas
nega que seja um problema em
toda a rede. "Em algumas unidades, é pontual. Mas, nas unidades onde ocorre, é crítica",
disse Lopes, citando as escolas
Mousinho e Alfeu Gasparini.
O conselheiro afirmou que
essas escolas enfrentam excesso de alunos por serem centrais
e muito procuradas pelos pais.
Nas demais escolas, há excesso
mais nas séries iniciais, segundo Lopes, pelo fato de o limite
ser menor -25 alunos por sala.
A secretaria prevê entregar
ainda neste semestre uma escola de educação fundamental
no Antonio Palocci. Outra unidade em construção no Jardim
Marquesi deverá desafogar demandas no entorno. Devem ser
licitadas, ainda neste ano, obras
para mais três escolas.
Próximo Texto: Barretos aprova Copa e mira estrangeiros Índice
|