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Clima, demanda e crise levam alimentos a preço recorde
Frutas, verduras e legumes sobem 3,96% em outubro e têm maior valor do ano
Desde janeiro, o aumento acumulado é de 17,51% em Ribeirão, superando a inflação do período, de 4,75%, segundo o IPCA
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma conjunção de fatores,
como o clima e a crise global,
fez com que os preços de verduras, legumes e frutas atingissem neste mês o maior valor do
ano em Ribeirão Preto.
A cesta de alimentos in natura chegou a R$ 107,36, aumento
de 3,96% em relação a setembro, quando era possível comprá-la por R$ 103,27 na cidade,
de acordo com o Instituto de
Pesquisas Sociais da ACI-RP
(Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
Desde janeiro, quando a cesta custava R$ 91,36, o aumento
já chega a 17,51%. De janeiro a
setembro, a inflação no país foi
de 4,75%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor-Amplo).
Além do clima e da crise global, a entressafra de alguns
itens e o excesso de demanda
justificam o preço recorde na
cidade. "A crise mundial atinge
porque os insumos agrícolas
são cotados em dólar. O adubo
até pode ser feito na região, mas
a matéria-prima é importada e
isso impacta no preço. Há, também, especulação", afirmou o
economista Marcelo Bosi Rodrigues, do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto).
No total, a cesta de alimentos
in natura é composta por 23
verduras e legumes e 14 frutas.
A maior alta ocorreu no quilo
do pepino, que passou de R$
1,34 para R$ 2,74, ou 104,48% a
mais (veja quadro nesta página). "Com o início das chuvas,
os preços de hortaliças tendem
a subir", disse Antônio Vicente
Golfeto, diretor do instituto. O
levantamento foi feito entre 20
de setembro e 20 de outubro.
Para os consumidores, a alta
é sentida no dia-a-dia. "Nunca
consigo pagar o mesmo preço
duas vezes seguida. Parece
pouco, mas os centavos que pago a mais a cada dia refletem
muito no final", disse a fisioterapeuta Andréia Martinez.
Rodrigues disse esperar que
as altas não respinguem no comércio no fim do ano. "Se respingar, 2009 iniciará ruim. Na
construção civil, os preços subiram e já estão caindo, porque
a alta foi baseada numa expectativa que não se confirmou."
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