Ribeirão Preto, Sexta-feira, 31 de Outubro de 2008

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Clima, demanda e crise levam alimentos a preço recorde

Frutas, verduras e legumes sobem 3,96% em outubro e têm maior valor do ano

Desde janeiro, o aumento acumulado é de 17,51% em Ribeirão, superando a inflação do período, de 4,75%, segundo o IPCA

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma conjunção de fatores, como o clima e a crise global, fez com que os preços de verduras, legumes e frutas atingissem neste mês o maior valor do ano em Ribeirão Preto.
A cesta de alimentos in natura chegou a R$ 107,36, aumento de 3,96% em relação a setembro, quando era possível comprá-la por R$ 103,27 na cidade, de acordo com o Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
Desde janeiro, quando a cesta custava R$ 91,36, o aumento já chega a 17,51%. De janeiro a setembro, a inflação no país foi de 4,75%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo).
Além do clima e da crise global, a entressafra de alguns itens e o excesso de demanda justificam o preço recorde na cidade. "A crise mundial atinge porque os insumos agrícolas são cotados em dólar. O adubo até pode ser feito na região, mas a matéria-prima é importada e isso impacta no preço. Há, também, especulação", afirmou o economista Marcelo Bosi Rodrigues, do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto).
No total, a cesta de alimentos in natura é composta por 23 verduras e legumes e 14 frutas. A maior alta ocorreu no quilo do pepino, que passou de R$ 1,34 para R$ 2,74, ou 104,48% a mais (veja quadro nesta página). "Com o início das chuvas, os preços de hortaliças tendem a subir", disse Antônio Vicente Golfeto, diretor do instituto. O levantamento foi feito entre 20 de setembro e 20 de outubro.
Para os consumidores, a alta é sentida no dia-a-dia. "Nunca consigo pagar o mesmo preço duas vezes seguida. Parece pouco, mas os centavos que pago a mais a cada dia refletem muito no final", disse a fisioterapeuta Andréia Martinez.
Rodrigues disse esperar que as altas não respinguem no comércio no fim do ano. "Se respingar, 2009 iniciará ruim. Na construção civil, os preços subiram e já estão caindo, porque a alta foi baseada numa expectativa que não se confirmou."


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