Ribeirão Preto, Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009

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Crise, novos prefeitos e a gripe suína dominam o ano

Retrospectiva mostra flexibilização trabalhista por causa da crise na economia

Pandemia de gripe suína atinge mais de 300 pessoas no período entre julho e novembro em 14 cidades da região e provoca 22 mortes

MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA RIBEIRÃO

A expectativa gerada com a posse dos novos prefeitos, os impactos provocados pelo agravamento, no primeiro semestre, da crise econômica global e a gripe suína foram as principais situações enfrentadas pela região de Ribeirão Preto em 2009.
O ano começou com as posses de novos prefeitos em três das quatro maiores cidades da região. Primeira mulher a se eleger prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (DEM) rompeu um ciclo de 16 anos no poder de PSDB e PT e logo em seu primeiro dia afirmou estudar a redução de impostos contra a crise, o que acabou não ocorrendo, até porque as prefeituras passaram a sofrer com a queda nos repasses de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
As dificuldades geradas pela crise econômica global, iniciada em setembro do ano anterior, marcaram a pauta da iniciativa privada na região e provocaram mudanças no comportamento dos habitantes.
O primeiro deles foi a volta dos decasséguis, brasileiros que trabalhavam no Japão e foram demitidos devido ao agravamento da situação em que se encontravam. É um movimento que acontece concomitante à discussão de indústrias com sindicatos da região para a flexibilização das relações de trabalho, o que gerou embates entre as partes.
Vagas de emprego foram "congeladas", houve redução de jornada e de salários e demissões, que se agravaram depois da redução de 20,4% nas exportações em janeiro e queda na cotação de ações de empresas da região que operam na Bovespa. A Tecumseh, de São Carlos, por exemplo, chegou a demitir 350 trabalhadores.
Enquanto a crise consumia os pensamentos e esforços de empregados, empresas e sindicatos, nas administrações municipais os novos gestores se preocupavam em fazer um pente-fino nas obras dos antecessores. Foi o que Dárcy fez, quando engenheiros da prefeitura iniciaram dossiê sobre as condições das obras deixadas por Gasparini. Numa delas, alega ter descoberto que será preciso gastar mais R$ 1 milhão na reforma da escola Dom Luiz do Amaral Mousinho.
Além da crise, que arrefeceu no segundo semestre na região, a saúde foi outro motivo de preocupação em 2009, principalmente por causa da pandemia de gripe suína.
A doença provocou 22 mortes -Ribeirão Preto, Jaboticabal, Bebedouro, São Carlos, Ibitinga, Buritizal, Barretos, Pitangueiras, Américo Brasiliense, Itápolis, Boa Esperança do Sul, Franca, Araraquara e Sertãozinho- e atingiu outras 300 pessoas.
No ano, a Secretaria de Estado da Saúde também incluiu 11 cidades da região na lista dos municípios em situação de risco da febre amarela. Com isso, das 89 localidades, só Tambaú ficou fora da zona de risco de transmissão da doença pelo Aedes aegypti. O mosquito é, também, transmissor da dengue, que em Ribeirão fez 1.500 vítimas no ano. Desde novembro, a soma de casos já é a maior desde 2005, quando Ribeirão teve a maior epidemia da década, com 5.997 casos.


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