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Crise, novos prefeitos e a gripe suína dominam o ano
Retrospectiva mostra flexibilização trabalhista por causa da crise na economia
Pandemia de gripe suína atinge mais de 300 pessoas no período entre julho e novembro em 14 cidades da região e provoca 22 mortes
MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA RIBEIRÃO
A expectativa gerada com a
posse dos novos prefeitos, os
impactos provocados pelo
agravamento, no primeiro semestre, da crise econômica global e a gripe suína foram as
principais situações enfrentadas pela região de Ribeirão Preto em 2009.
O ano começou com as posses de novos prefeitos em três
das quatro maiores cidades da
região. Primeira mulher a se
eleger prefeita de Ribeirão,
Dárcy Vera (DEM) rompeu um
ciclo de 16 anos no poder de
PSDB e PT e logo em seu primeiro dia afirmou estudar a redução de impostos contra a crise, o que acabou não ocorrendo,
até porque as prefeituras passaram a sofrer com a queda nos
repasses de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
As dificuldades geradas pela
crise econômica global, iniciada em setembro do ano anterior, marcaram a pauta da iniciativa privada na região e provocaram mudanças no comportamento dos habitantes.
O primeiro deles foi a volta
dos decasséguis, brasileiros que
trabalhavam no Japão e foram
demitidos devido ao agravamento da situação em que se
encontravam. É um movimento que acontece concomitante
à discussão de indústrias com
sindicatos da região para a flexibilização das relações de trabalho, o que gerou embates entre as partes.
Vagas de emprego foram
"congeladas", houve redução
de jornada e de salários e demissões, que se agravaram depois da redução de 20,4% nas
exportações em janeiro e queda
na cotação de ações de empresas da região que operam na
Bovespa. A Tecumseh, de São
Carlos, por exemplo, chegou a
demitir 350 trabalhadores.
Enquanto a crise consumia
os pensamentos e esforços de
empregados, empresas e sindicatos, nas administrações municipais os novos gestores se
preocupavam em fazer um
pente-fino nas obras dos antecessores. Foi o que Dárcy fez,
quando engenheiros da prefeitura iniciaram dossiê sobre as
condições das obras deixadas
por Gasparini. Numa delas, alega ter descoberto que será preciso gastar mais R$ 1 milhão na
reforma da escola Dom Luiz do
Amaral Mousinho.
Além da crise, que arrefeceu
no segundo semestre na região,
a saúde foi outro motivo de
preocupação em 2009, principalmente por causa da pandemia de gripe suína.
A doença provocou 22 mortes -Ribeirão Preto, Jaboticabal, Bebedouro, São Carlos, Ibitinga, Buritizal, Barretos, Pitangueiras, Américo Brasiliense, Itápolis, Boa Esperança do
Sul, Franca, Araraquara e Sertãozinho- e atingiu outras 300
pessoas.
No ano, a Secretaria de Estado da Saúde também incluiu 11
cidades da região na lista dos
municípios em situação de risco da febre amarela. Com isso,
das 89 localidades, só Tambaú
ficou fora da zona de risco de
transmissão da doença pelo Aedes aegypti. O mosquito é, também, transmissor da dengue,
que em Ribeirão fez 1.500 vítimas no ano. Desde novembro, a
soma de casos já é a maior desde 2005, quando Ribeirão teve
a maior epidemia da década,
com 5.997 casos.
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