São Paulo, segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

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"Vc" e "naum" aparecem em redações

DA REPORTAGEM LOCAL

O hábito dos adolescentes de fazer abreviações na comunicação pela internet também preocupa as escolas.
O professor de português do colégio Santo Américo (zona oeste de São Paulo), José Ruy Lozano, conta que, vez ou outra, encontra um "naum" (abreviação de "não") ou um "eh" (é) em trabalhos escolares.
"Esse tipo de expressão faz sentido nas conversas instantâneas, onde eles [os alunos] se comunicam com muitos amigos ao mesmo tempo e têm que ser rápidos. Mas, na escrita formal, não. É um contexto diferente", afirma.
As abreviações, entretanto, estão menos frequentes nos textos do Santo Américo, depois que o colégio decidiu intensificar a quantidade de redações pedidas aos alunos. "A prática da escrita ajudou a reduzir isso."
Na PlayPen (zona oeste), o "internetês" também aparece de vez em quando nas redações, com expressões como "vc". "Quando vejo, acho muita graça", conta Maria Laura Mori, professora de português da escola, que corrige todas as versões manuscritas antes de autorizar os alunos a passarem a limpo o trabalho no computador.

Como uma roupa
No Sidarta, as expressões abreviadas também costumam aparecer. "Mas, em geral, os alunos sabem o contexto adequado para cada tipo de linguagem. É como com a roupa: não se vai à formatura de chinelo", diz Gizele Caparroz de Almeida, professora de língua portuguesa.
"O "vc", por exemplo, é mais um código que a gente pode usar em 30 anos. Antes, "você" não era "vossa mercê'?"


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