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Sul mantém taxas altas de novos casos e mortes por Aids

Dados nacionais da epidemia mostram leve queda no número de novas infecções e mortalidade estável

Nordeste foi a única região com mais novos casos em 2010 do que em 2009; jovens gays serão alvo de campanha

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Enquanto o Sudeste reduziu quase à metade a mortalidade por Aids nos últimos 12 anos, o Sul mantém o índice no nível mais alto do país desde 2003.

Na região, a mortalidade chegou a 9 casos por 100 mil habitantes no ano passado, quando a média nacional foi de 6,3. Apesar de representar menos de 15% da população brasileira, o Sul foi responsável por 23% dos novos casos de infecção por HIV em 2010.

Boletim preliminar divulgado ontem pelo Ministério da Saúde informa que indicadores nacionais de infecção pelo HIV melhoraram: houve leve queda em mortes, novos casos e na taxa de incidência entre 2009 e 2010.

O recorte do Sul despertou a atenção, disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

"O crescimento nos menores municípios foi muito maior que em outras regiões do país", afirmou o ministro.

O ministério tem apenas hipóteses para explicar os altos números da infecção no Sul, como a grande presença de drogas injetáveis na região há alguns anos.

Os dados apontam, porém, outras disparidades geográficas. O Nordeste foi a única região a registrar mais casos de Aids entre 2009 e 2010, saindo de 6.555 para 6.702.

Já o Norte viu atingir, no ano passado, seu recorde no coeficiente de mortalidade, em 6,5 por 100 mil.

JOVENS GAYS

O movimento de alta considerado mais importante pelo ministério é o de jovens gays infectados pelo HIV.

Na faixa de 15 a 24 anos, o número de casos de Aids entre homens gays foi de 514 em 2010, o mais alto desde 1998. Somando os bissexuais, chega-se a 668 casos.

Segundo o ministério, o jovem gay de 18 a 24 anos tem risco 13 vezes maior de estar infectado que os jovens em geral na sua faixa etária.

Por isso, o jovem gay vai ser o alvo da campanha do governo contra a doença neste ano. Outro foco do ministério são mulheres com idades entre 13 e 19 anos.

"Chamaram a nossa atenção a presença maior de mulheres infectadas pelo HIV nessa faixa e o aumento de novos casos de jovens gays e jovens travestis. Há uma geração de jovens no país que não viveu a luta da Aids, por isso temos de ter estratégias de comunicação diferentes", disse o ministro da Saúde.

No boletim ainda há dados que podem indicar uma leve tendência de recuo da chamada feminilização da Aids. Em 2009 e 2010, a proporção de homens contaminados cresceu ligeiramente mais que a de mulheres, o que não acontecia desde o estabelecimento da doença no Brasil.

Os dados nacionais da Aids foram divulgados uma semana depois de a Unaids (agência da Organização das Nações Unidas contra a doença) indicar queda mundial em novos casos e mortes.

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