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Plantão Médico

JULIO ABRAMCZYK - julio@uol.com.br

A doença que a enchente espalha

A temporada das chuvas já começou e, com ela, chegam também as enchentes.

Em São Paulo completam-se, no dia 25 de janeiro próximo, 457 anos de inundações sempre presentes nesta época do ano. Essas águas são contaminadas pelas bactérias presentes na urina dos ratos, que transmitem a leptospirose aos seres humanos.

Pequenas lesões na pele de quem está dentro dessas águas, ou a ingestão de alimentos e bebidas que entraram em contato com o líquido, levam à infecção, que pode até afetar irremediavelmente o fígado.

A doença, em fase inicial, pode ser confundida com uma virose, ao causar sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares. O risco para a saúde das pessoas sitiadas por uma enchente é tanto que especialistas recomendam o uso de um antibiótico como profilaxia.

Entre 1999 e 2005, foram notificados, no Brasil, 81.897 casos suspeitos, 22.774 confirmados e 2.574 óbitos por leptospirose, relatam Verena Maria Mendes de Souza e colaboradores do Ministério da Saúde na "Revista de Saúde Pública" deste mês.

Eles também analisam a repercussão socioeconômica da doença. O impacto financeiro chegou a R$ 23 milhões em salários não ganhos e 30 anos perdidos a cada óbito.

Os autores destacam ser vantajoso ministrar tratamento precoce com doxiciclina aos pacientes, mesmo que ainda não se tenha a confirmação da doença, pelo alto risco de vida, pela internação prolongada e por seu custo.

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