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Vigilância vai discutir descarte de silicone com defeito

Agência vai se reunir com a importadora dos implantes franceses e mapear onde eles foram usados no país

Anne-Christine Poujoulat/France Presse
Implante de silicone da Poly Implant Prohtèse, sediada no sul da França; empresa usava material de qualidade inferior
Implante de silicone da Poly Implant Prohtèse, sediada no sul da França; empresa usava material de qualidade inferior

DE BRASÍLIA

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deverá se reunir nesta sexta-feira com a EMI, importadora das próteses de silicone francesas PIP, para discutir o descarte do material que veio para o Brasil e não foi usado.

Os implantes foram alvo de recente alerta sanitário na França. Lá, mulheres com as próteses da PIP, feitas com silicone de baixa qualidade, poderão retirá-las às custas do governo.

Na próxima semana, haverá uma reunião com associações médicas, em que devem ser discutidas formas de atendimento dos casos envolvendo esse silicone.

"O que temos hoje é: o material é inadequado. Não é um dado que nos determine uma ação de urgência. Podemos trabalhar com a orientação dos médicos a seus pacientes", disse Luiz Roberto Klassmann, diretor-adjunto da presidência da Anvisa.

Segundo Klassmann, as informações disponíveis na França e no Brasil não apontam com clareza para a necessidade de cirurgias de retirada em massa das próteses. No Brasil, foram usadas 24,5 mil próteses PIP.

A recomendação dada tanto pela Anvisa quanto pelo Ministério da Saúde é para que pessoas com a prótese passem por avaliação médica para determinar a condição do material.

Segundo o governo, casos de implantes que causem problemas de saúde podem ser encaminhados ao SUS.

MAPA

A Vigilância Sanitária está fechando um mapa que indicará para quais serviços médicos do Brasil o material foi vendido. Klassmann diz que a distribuição do material segue a lógica da concentração dos serviços de cirurgia plástica -principalmente no Sul e no Sudeste do país.

Algumas queixas, dúvidas e pedidos de informações têm sido recebidos pela agência.

José Horácio Aboudib, novo presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, diz não haver motivo para pânico. Segundo ele, a única diferença da prótese em questão em relação às demais é que ela pode romper mais cedo, levando à troca.

Aboudib lembra que não dá para saber se todas as próteses da PIP vendidas no país estão entre as fraudadas, e que a maior parte das brasileiras usa próteses normais. "O percentual de próteses PIP é relativamente pequeno no país", afirma o médico.

A sociedade de cirurgia plástica pretende implantar neste mês o primeiro cadastro com detalhes das próteses implantadas no país, como tamanho, marca e eventuais complicações.

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