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Nova técnica reduz recaída em uso de drogas

Método, que não usa medicamentos, faz uma espécie de reprogramação da memória

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Um método meramente comportamental, sem uso de remédio, conseguiu reduzir a recaída ao consumo de drogas tanto em animais de laboratório como em humanos, envolvendo apenas uma modificação da memória.

Tentar impedir a recaída em geral envolve uso de drogas bloqueadoras da memória em experimentos de laboratório. Mas nem sempre elas são seguras em humanos.

Com a participação de Lin Lu, da Universidade de Pequim, o estudo teve um procedimento de "recuperação e extinção" da memória através da exposição de pistas associadas ao uso das drogas.

Memórias podem ir e vir, são voláteis. Uma memória persiste na mente graças a um processo de reconsolidação; novas informações podem ser introduzidas e ela volta a se estabilizar, lembram o pesquisadores Amy Milton e Barry Everitt, da Universidade de Cambridge, Reino Unido, comentando o estudo na revista "Science".

A equipe sino-americana reexpôs viciados em drogas a pistas associadas ao seu consumo -por exemplo, mostrando imagens de objetos utilizados no uso, como isqueiros e seringas.

"O uso de drogas e a recaída envolve associações aprendidas entre pistas ambientais associadas à droga e a seus efeitos. Procedimentos de extinção na clínica podem suprimir respostas condicionadas às pistas de droga, mas elas tipicamente reemergem depois da exposição à droga", diz o estudo.

Para contornar o problema, a equipe usou sessões de "reativação" (recuperação) da memória dez minutos antes do procedimento de extinção. O resultado dessa atualização diminuiu a posterior "memória da droga" e reduziu a fissura nos pacientes em voltar a fazer uso dela.

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