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Laboratórios dizem que só pagam viagens com objetivos científicos
Para indústria, é hora de revisar condutas e relações com médicos
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Laboratórios farmacêuticos afirmam que já seguem à
risca seus códigos internos
de conduta e que o único objetivo das viagens que patrocinam a médicos é o da atualização científica.
Ontem, o setor evitou comentar a proposta do CFM
(Conselho Federal de Medicina), revelada pela Folha,
que limitará as viagens de
médicos a congressos. Só
profissionais que darão palestras ou cursos poderão
aceitar patrocínio da indústria farmacêutica.
Antônio Britto, presidente
da Interfarma (Associação da
Indústria Farmacêutica de
Pesquisa), afirma que vai esperar a divulgação oficial dos
termos da proposta da CFM,
prevista para o próximo dia
16, mas conta que o setor está
"feliz" por ter aberto um canal de diálogo entre a indústria e a classe médica.
"Esse diálogo não existia.
Queremos reduzir ao máximo o que a gente chama de
zona cinza. O número de médicos e de representantes das
indústrias cresceu muito. Só
essa ampliação já justificaria
uma revisão dos nossos códigos de conduta", diz Britto.
Segundo Allan Finkel, diretor de assuntos corporativos da Eli Lilly, a empresa
considera essencial que a relação entre os seus profissionais e os médicos ocorra dentro do campo ético. Ele considera "prematuro" comentar
a proposta do CFM.
"Nosso único objetivo com
o patrocínio de viagens é a
atualização científica. Nossos funcionários são treinados, testados e monitorados
no que diz respeito a essas interações [com os médicos]."
A Roche e a Pfizer vão na
mesma linha. "Todas as interações com profissionais de
saúde têm foco na troca de
informações científicas, com
o objetivo de possibilitar a esses profissionais conhecimentos que propiciem o máximo benefício aos pacientes", diz a Roche.
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