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Dieta tem mesmo efeito de remédio contra colesterol
Diminuir ingestão de gorduras de origem animal e consumir mais fibras pode evitar o uso de medicação
Há alimentos que combatem o problema, mas muitas "receitas" não são comprovadas, como o suco de berinjela
JULIANA VINES
SÃO PAULO
Cortar do cardápio alimentos gordurosos e incluir vegetais pode diminuir em até
20% os índices de colesterol,
segundo especialistas.
A mudança na dieta é tão
eficaz quanto o uso de doses
de estatina, droga mais receitada para o tratamento do
problema.
De acordo com o médico
nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia,
para conseguir o resultado é
preciso diminuir o consumo
de gordura de origem animal, comer mais fibras e alimentos com fitoesterois
(compostos presentes em
óleos vegetais e adicionados
a margarinas).
"Se a pessoa tiver uma dieta desregrada e mudar os hábitos alimentares os resultados são ainda mais rápidos."
As alterações nos níveis de
colesterol -gorduras importantes do sangue- aumentam o risco de aterosclerose
(formação de placas no interior das artérias), infarto e
acidente vascular cerebral.
Os índices são medidos a
partir dos níveis de LDL, o
chamado colesterol ruim, e
HDL, o colesterol bom.
Segundo o cardiologista e
nutrólogo Daniel Magnoni,
do HCor (Hospital do Coração), alguns nutrientes têm o
poder de ajudar no controle
do problema.
"Há substâncias comprovadas, como a isoflavona da
soja ou a beta-glucana da
aveia. Mas também há muitos mitos", afirma.
Suco de berinjela com laranja, por exemplo, não
adianta nada. "Todas as fibras solúveis de vegetais e
frutas têm o mesmo efeito.
Não há diferença entre uma
ou outra", diz. Ou seja: não
importa se é casca de maracujá ou uma simples pera.
Além das fibras, funcionam também as gorduras
mono e poli-insaturadas do
azeite, o ômega 3 dos peixes e
os flavonoides do vinho.
ALÉM DA DIETA
Há, porém, um limite para
os efeitos da mudança alimentar. "Dizemos que 30%
das alterações no colesterol
são causadas pela dieta", diz
o médico cardiologista Raul
Dias dos Santos Filho, do Instituto do Coração do Hospital
das Clínicas da USP.
A genética também é determinante. E, nesse caso,
pode não ter cardápio que resolva. "Dependendo do risco
de desenvolver complicações e do índice de LDL, não
tem como ficar sem receitar
remédios", afirma Magnoni.
A dieta também não elimina a avaliação médica. "A
mesma dieta não funciona
para todos", diz Ribas Filho.
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