São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Efeito colateral dificulta adesão ao remédio

DE SÃO PAULO

A estatina, medicamento mais usado no tratamento do colesterol, causa efeitos colaterais em 5% a 10% das pessoas, segundo o cardiologista Raul Dias dos Santos Filho. "O efeito mais comum é a dor muscular. Essas pessoas não conseguem tomar o remédio a longo prazo."
Em estudo deste ano envolvendo mais de 2 milhões de pessoas no Reino Unido, pesquisadores da Universidade de Nottingham descobriram que o medicamento também pode causar disfunção hepática, insuficiência renal e fraqueza muscular.
Em muitos casos, a droga é receitada para uso contínuo, piorando os efeitos colaterais. Mesmo assim, os especialistas continuam considerando a estatina a melhor alternativa para o controle dos níveis de colesterol.
"Todos os medicamentos têm efeitos colaterais. A estatina é segura. Nenhum remédio e nenhum outro tratamento substitui sua ação", diz Walmir Coutinho, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
O remédio inibe a produção de colesterol e reduz os níveis de LDL no sangue. O resultado é a queda de 20% a 30% nos índices totais, dependendo da dosagem da fórmula e do tempo que a droga é tomada.
"A estatina constitui uma descoberta de tanto impacto quanto a dos antibióticos. Ambos são necessários e ambos têm efeitos indesejáveis", diz Eder Quintão, médico endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina da USP.
Além do poder em combater o problema, o especialista também quer dizer que a droga deve ser prescrita somente quando o paciente realmente precisa. "Esses pacientes não estão causando sério dano à saúde, mas ambos fármacos têm indicações precisas", completa.
Há também contraindicações formais. Grávidas e crianças não podem tomar o remédio. Segundo Coutinho, ainda não se sabe se a estatina pode prejudicar a formação do feto.


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