São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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Detecção precoce da volta de tumor não aumenta sobrevida

Estudo questiona utilidade de exame de sangue que detecta reaparecimento do câncer de ovário

GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Detectar precocemente a recidiva de câncer de ovário, por meio de exames de sangue, não traz impacto na sobrevida da paciente. A conclusão é de um estudo apresentado no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
A pesquisa, feita no Mount Vernon Hospital, na Inglaterra, contraria a crença de que iniciar o tratamento o quanto antes pode prolongar a vida dessas mulheres. Atualmente, elas passam por exames que avaliam o nível da proteína CA125, um marcador que sinaliza a presença do tumor, a cada três ou seis meses, dependendo do estágio da doença.
Os cientistas compararam dois grupos de voluntárias. No primeiro, 265 receberam quimioterapia assim que os níveis de CA125 começaram a subir. Outras 264 só iniciaram o tratamento após sintomas, como dores ou inchaço abdominal.
As pacientes dos dois grupos tiveram a mesma média de sobrevida -41 meses a partir da remissão após o tratamento inicial (quando não há mais sinais ou sintomas da doença).
Para a médica Solange Bizzo, do Inca (Instituto Nacional de Câncer), os resultados eram esperados. "É um tumor muito agressivo, com alta taxa de recidiva", diz. "Acho que os médicos continuarão pedindo o exame, mas a pressa em começar o tratamento vai diminuir", diz o oncologista Fernando Maluf, do Hospital Sírio-Libanês.


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