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Detecção precoce da volta de tumor não aumenta sobrevida
Estudo questiona utilidade de exame de sangue que detecta reaparecimento do câncer de ovário
GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Detectar precocemente a recidiva de câncer de ovário, por
meio de exames de sangue, não
traz impacto na sobrevida da
paciente. A conclusão é de um
estudo apresentado no congresso da Sociedade Americana
de Oncologia Clínica.
A pesquisa, feita no Mount
Vernon Hospital, na Inglaterra,
contraria a crença de que iniciar o tratamento o quanto antes pode prolongar a vida dessas mulheres. Atualmente, elas
passam por exames que avaliam o nível da proteína CA125,
um marcador que sinaliza a
presença do tumor, a cada três
ou seis meses, dependendo do
estágio da doença.
Os cientistas compararam
dois grupos de voluntárias. No
primeiro, 265 receberam quimioterapia assim que os níveis
de CA125 começaram a subir.
Outras 264 só iniciaram o tratamento após sintomas, como
dores ou inchaço abdominal.
As pacientes dos dois grupos
tiveram a mesma média de sobrevida -41 meses a partir da
remissão após o tratamento
inicial (quando não há mais sinais ou sintomas da doença).
Para a médica Solange Bizzo,
do Inca (Instituto Nacional de
Câncer), os resultados eram esperados. "É um tumor muito
agressivo, com alta taxa de recidiva", diz. "Acho que os médicos continuarão pedindo o exame, mas a pressa em começar o
tratamento vai diminuir", diz o
oncologista Fernando Maluf,
do Hospital Sírio-Libanês.
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