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Vesícula biliar de criança é retirada por meio do umbigo
Procedimento inédito no Brasil é menos invasivo e traz melhores resultados para pacientes pequenos
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma menina de 12 anos foi a
primeira brasileira a retirar a
vesícula biliar por meio do umbigo. A cirurgia, minimamente
invasiva, foi realizada na última
quinta-feira, no Instituto da
Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. A criança teve
alta no dia seguinte.
A vesícula é responsável por
jogar a bile (substância amarelada) no duodeno para auxiliar
a digestão de gordura. Assim
como o apêndice, é um órgão
que pode ser retirado sem nenhum prejuízo ao corpo.
Crianças e adultos que têm
cálculo na vesícula sentem dores abdominais muito fortes e,
na maioria das vezes, precisam
ser operados, pois há risco de
infecções no pâncreas.
"A dor é muito grande e, como os cálculos da vesícula são
moles, não há outra forma de
eliminação. Criança com cálculo presente por mais de três
meses é sinônimo de cirurgia",
diz Manoel Carlos Velhote, cirurgião pediátrico que operou a
criança e professor da USP.
Na técnica realizada no HC,
os médicos fizeram uma única
incisão de 15 milímetros no
umbigo por onde entraram a
câmera e as duas pinças que foram usadas na manipulação da
vesícula. Após a dissecação do
órgão, foi feita uma nova via de
ligação com o fígado, e ela foi
retirada pelo orifício da barriga.
"É uma inovação da técnica
consagrada de videolaparoscopia para diminuir a agressão à
parede abdominal e deixar o
paciente sem cicatriz", afirma
Velhote.
Por enquanto, a cirurgia de
rotina do Instituto da Criança
ainda é a videolaparoscopia.
Também é um procedimento
minimamente invasivo, mas
exige outras três incisões no
abdômen, além do umbigo.
Velhote ainda não sabe se a
técnica do umbigo passará a ser
rotina na unidade. "É um método que parece trazer melhores
resultados nas crianças, mas
ainda vamos fazer mais algumas cirurgias e ver a evolução."
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