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Mulher que come mais fibras pode ovular menos vezes
Pesquisa sugere que ingerir dose recomendada de fibras está ligado a nível mais baixo de estrogênio
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mulheres que ingerem as doses recomendadas de fibras podem ter níveis mais baixos de
estrogênio e ovular com menos
frequência do que aquelas que
consomem menos fibras. É o
que sugere uma pesquisa realizada com 250 mulheres com
idade entre 18 e 44 anos, todas
saudáveis e com períodos
menstruais regulares. O trabalho foi publicado no "American
Journal of Clinical Nutrition".
O alto consumo de fibras,
particularmente de frutas,
também foi associado a um risco mais elevado de ter ciclos
menstruais anovulatórios -em
que os ovários não liberam o
óvulo. Aquelas que relataram a
taxa mais alta de consumo de
fibras -22 g por dia ou mais-
tinham maior probabilidade de
um ciclo anovulatório em dois
meses. A taxa foi de 22%, contra 7% entre as mulheres com
consumo mais baixo de fibras.
Após terem sido feitos ajustes nos resultados para fatores
que podem afetar a ovulação
-como IMC (índice de massa
corporal), níveis de atividade física e ingestão calórica-, o
consumo de fibras foi associado
a um risco dez vezes mais alto
de anovulação.
De acordo com o ginecologista Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e
professor da FMU (Faculdades
Metropolitanas Unidas), dieta
e peso adequados na verdade
têm um efeito positivo na ovulação, e a ingestão de fibras contribui para isso.
"A mulher que come mais fibras consegue controlar melhor o peso e o colesterol, além
de reduzir o tecido adiposo,
melhorando a ovulação", afirma o médico. "Vemos que, entre mulheres que não ovulam,
melhorar a dieta aumenta a
chance de isso ocorrer."
Para ele, não é possível, com
base em um único estudo,
orientar as mulheres com problemas de ovulação a não comer fibras, visto que a carência
desse nutriente é um problema
sério de saúde.
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