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Ginkgo biloba aumenta risco
de convulsão em epilépticos
Fitoterápico também diminui o efeito de remédios usados contra o distúrbio
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O ginkgo biloba, um dos fitoterápicos mais vendidos no
mundo, aumenta o risco de
convulsões em pessoas com
epilepsia e reduz a eficácia de
medicamentos anticonvulsionantes. Há algum tempo, pesquisas isoladas apontam nesse
sentido. Agora, uma revisão de
dez estudos realizada na Universidade de Bonn (Alemanha)
soma evidências sobre esses
riscos do produto.
Os autores do estudo afirmam que, pelas evidências
atuais, deveria haver maior restrição à venda de medicamentos à base de ginkgo biloba.
O fitoterápico costuma ser
indicado para vários problemas, como Alzheimer, perda de
memória e perda auditiva.
"Mas não temos evidências que
comprovem a sua ação", diz Elza Márcia Yacubian, professora
de neurologia da Unifesp.
Quanto aos riscos relacionados à epilepsia, Yacubian diz
que testes mostram que o ginkgo biloba induz o fígado a produzir uma enzima que é a mesma que faz a metabolização de
dois dos medicamentos anti-epilépticos mais usados. "Além
disso, a semente do ginkgo biloba tem uma neurotoxina que
aumenta a atividade cerebral,
desencadeando crises epilépticas e que pode levar à convulsão mesmo pessoas que não
têm o distúrbio", diz Yacubian.
Segundo a farmacêutica Ivana Suffredini, do laboratório de
extratos da Unip (Universidade
Paulista), os estudos com extratos vegetais são recentes, e
ainda faltam informações sobre os efeitos -benéficos ou
adversos- dos fitoterápicos.
"As pessoas precisam saber que
eles podem ter efeitos indesejados. O maior problema é que
muita gente acredita que os
produtos que vêm das plantas
não têm risco, e passam a consumi-los sem orientação médica", diz Suffredini.
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