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Metade dos adolescentes que se tratam de depressão tem recaída
Entre as meninas, a volta do problema foi ainda mais frequente
PAM BELLUCK
DO "THE NEW YORK TIMES"
Metade dos adolescentes
que se recuperam de depressão tem uma recaída até cincos anos depois, não importando qual tenha sido o tratamento recebido.
O dado é de um estudo publicado na revista "Archives
of General Psychiatry".
A pesquisa mostra também que as meninas têm
mais risco do que os meninos
de sofrer um segundo caso de
depressão. Isso surpreendeu
os pesquisadores porque, na
idade adulta, as mulheres
não têm uma taxa de recaída
maior do que a dos homens.
A nova pesquisa foi feita
com 200 adolescentes de 12 a
17 anos que receberam antidepressivo (fluoxetina), terapia cognitivo-comportamental, ambos ou uma pílula placebo, por 12 semanas.
Os pesquisadores já sabiam que os adolescentes
que tomassem antidepressivo e fizessem terapia ao mesmo tempo se recuperariam
mais rápido de sua primeira
depressão. Por isso, esperava-se que eles teriam menos
risco de sofrer uma recaída.
Não foi o que aconteceu.
Após 36 semanas, a melhora
era similar para todos e, depois de dois anos, a maioria
estava recuperada. Mas, em
cinco anos, 47% dos jovens
voltaram a ter depressão.
"Não temos tratamento
para prevenir a recaída", disse o autor do estudo, o psiquiatra John Curry, da Universidade Duke. "E não temos um indicador que mostre, durante o tratamento, o
quanto a pessoa está protegida contra uma recaída."
Curry disse que ainda não
está claro o motivo pelo qual
57% das meninas voltaram a
se deprimir, enquanto só
33% dos meninos recaíram.
De acordo com Aradhana
Bela Sood, diretora do Centro
de Tratamento para Crianças
na Virgínia (EUA), isso pode
estar relacionado com mudanças hormonais ou com o
fato de as mulheres serem
mais preocupadas, o que
multiplica os efeitos de episódios estressantes.
David Brent, professor de
psiquiatria na Universidade
de Pittsburgh, afirma que o
estudo mostra a necessidade
de um cuidado após o tratamento, para prevenir a volta
do problema. Ele destaca
ainda que, frente aos resultados, as terapias atuais não
são boas o suficiente.
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