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Programa reduz mortes por insuficiência cardíaca
Padronização de condutas é a chave para tratar problema
DA REPORTAGEM LOCAL
A adoção de novos protocolos clínicos que prevêem um
atendimento especial ao doente desde a chegada ao pronto-socorro até a alta do hospital
tem conseguido reduzir em até
40% a taxa de mortalidade e em
30% o tempo de internação de
pacientes com insuficiência
cardíaca aguda.
Esses resultados serão apresentados hoje em simpósio realizado pelo hospitais Pró-Cardíaco, do Rio de Janeiro, e Albert Einstein, em São Paulo. A
insuficiência cardíaca afeta ao
menos 8 milhões de brasileiros.
Por ano, 400 mil são internados no SUS com o problema,
que se caracteriza por uma dilatação do coração que o torna
incapaz de bombear sangue para os outros órgãos do corpo.
O ponto-chave do tratamento é a padronização das condutas. Quando o paciente chega
ao pronto-socorro, uma equipe
multidisciplinar formada por
médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, entre
outros, entra em ação "falando
a mesma língua".
Do medicamento a ser prescrito até a alimentação mais
adequada para o paciente, tudo
é decidido com base em consensos aprovados por sociedades médicas americanas e européias e devem ser seguidos
por toda equipe.
Um exemplo prático: se a enfermeira observa que o paciente não está usando betabloqueadores -drogas essenciais
no tratamento da insuficiência
cardíaca-, ela deve questionar
o médico sobre isso e ele tem
que anotar a justificativa da
não-prescrição no prontuário.
Segundo o médico Marcelo
Montera, coordenador do Centro de Insuficiência Cardíaca
do Hospital Pró-Cardíaco,
além da redução das taxas de
mortalidade e do tempo de internação -de nove dias para
seis dias-, houve uma diminuição de 35% dos custos hospitalares após a adoção dos novos
procedimentos.
Agora, explica ele, o hospital
está avaliando o impacto das
medidas na taxa de reinternação. "Quando o paciente sai do
hospital com os medicamentos
adequadamente prescritos e
contam com o apoio de uma
equipe multidisciplinar a tendência é uma queda na reinternação e uma melhor qualidade
de vida", diz.
Em três anos de adoção dos
protocolos, o Albert Einstein
conseguiu detectar uma queda
de 15% no índice de reinternação, segundo Fernando Bacal,
cardiologista da unidade de insuficiência do hospital.
Bacal afirma que a meta da
Sociedade Brasileira de Cardiologia é conseguir levar o programa para os médicos das redes privada e pública por meio
de educação continuada.
A entidade também negocia
com o Ministério da Saúde a
oferta de uma cesta básica de
medicamentos necessários para o controle da insuficiência
cardíaca.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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