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Nos EUA, número de partos induzidos dobra em uma década
Uso de remédio para apressar o nascimento é opção à cesárea
RACHEL BOTELHO
GABRIELA CUPANI
DE SÃO PAULO
A taxa de nascimentos induzidos dobrou em uma década, nos EUA. A indução é o
uso de remédios para iniciar
o trabalho de parto.
Segundo os pesquisadores, há um aumento nas chamadas induções eletivas --
quando não há indicação
médica precisa, e elas ocorrem por motivos como desconforto da mãe ou conveniências de agenda.
O total de partos induzidos
subiu de 14% em 1992 para
27% em 2003, mostram as estatísticas. No mesmo período, aumentaram também os
nascimentos antes do final
da gravidez, diz um artigo no
"American Journal of Obstetrics & Gynecology".
Bebês nascidos antes de 39
semanas podem ter baixo peso e desconforto respiratório.
Para o obstetra Marcos Tadeu Garcia, diretor da clínica
de obstetrícia e neonatologia
do Hospital Ipiranga, esse
aumento é um fenômeno
mundial devido ao avanço
dos métodos de indução.
"Mas, no Brasil, os partos
antecipados estão mais relacionados às cesáreas. Aqui,
as induções eletivas são menos frequentes", afirma.
Renato Kalil, obstetra dos
hospitais São Luiz e Albert
Einstein, diz que, por aqui, as
tentativas de indução muitas
vezes acabam em cesárea,
mais rápida e conveniente
para os médicos.
"Quando a mulher está na
38ª semana, o médico interna e induz. Ela fica umas seis
horas ou até a hora que o médico acha bom. Assim, a mãe
não pode criticá-lo [por não
tentar o parto normal], mas
acaba fazendo cesariana."
Além de a indução não garantir um parto normal, ela
traz riscos. Pode haver sofrimento fetal se a saída do bebê é forçada com a passagem
fechada. O bebê também pode ter seus batimentos cardíacos acelerados demais ou
desacelerados, o que pode levar à morte.
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