São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Estresse está relacionado ao aumento de peso, diz estudo

Preocupação com finanças, família e trabalho contribui para aumentar o IMC

JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Demandas no trabalho, dificuldades para pagar contas, problemas familiares e depressão favorecem o aumento de peso, mostra um estudo que será publicado na próxima semana no "American Journal of Epidemiology".
"A economia atual tem estressado a população, e o estresse está relacionado a várias doenças, como as cardiovasculares e o câncer. Esse estudo mostra que ele também contribui para ganho de peso", disse Jason Block, pesquisador da Universidade Harvard.
Foi acompanhada por nove anos uma amostra de 1.355 pessoas, e constatou-se que o efeito do estresse no aumento de peso foi significativo nas pessoas que já tinham IMC (índice de massa corporal) elevado (a partir de 27 kg/m³), indicador de sobrepeso.

Diferença entre sexos
As mulheres são afetadas por mais estressores do que os homens. Elas sentem mais quando se deparam com questões relacionadas ao trabalho e dificuldades financeiras e também com problemas familiares e limitações do dia a dia.
Já os homens não engordaram diante de problemas familiares. Para eles, problemas relacionados ao trabalho, como realizar tarefas desinteressantes e ter pouca habilidade para aprender novas funções, foram mais relevantes.
Para Block, pessoas estressadas podem mudar seu comportamento alimentar -o que contribui para aumentar o peso. Mas isso pode variar de acordo com o sexo, tipos de alimento ingeridos e já ter sobrepeso ou ser obeso. Por esse motivo, ele acredita que a redução dos desencadeantes do estresse deve fazer parte dos programas de redução de peso.
"O estresse é um dos grandes fatores da epidemia da obesidade, pois engorda mesmo que a pessoa não coma muito. Há aumento na produção de cortisol, o que estimula a vontade de comer e a proliferação de células de gordura", afirma Alfredo Halpern, chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para Halpern é "impossível" tentar não ficar estressado. No entanto, a prática de atividade física atua como antagonista do estresse e pode ajudar a contrabalançar o problema.


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