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Alimentação influencia no risco de tumor
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os vegetarianos são menos
suscetíveis a desenvolver
câncer linfático, da bexiga e
do estômago do que as pessoas que comem carne, concluiu um estudo que acompanhou 60 mil britânicos por
12 anos e foi publicado no
"British Journal of Cancer".
No entanto, o provável efeito
protetor da dieta vegetariana
não foi observado em relação
ao câncer cervical.
A pesquisa concluiu ainda
que, enquanto na população
em geral 33% das pessoas desenvolvem câncer, entre os
que não comem carne a
chance cai para 29%. Os riscos foram ajustados para idade, tabagismo, álcool, índice
de massa corporal, nível de
atividade física e uso de pílula anticoncepcional.
Para Paulo Hoff, diretor-executivo do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, o estudo é mais uma
evidência de que fatores ambientais, incluindo a alimentação, têm impacto no desenvolvimento do câncer. "A
dúvida é que tipo de alimentação é a ideal. Não temos dados para orientar uma dieta
vegetariana", afirma.
Segundo o médico, embora seja extenso, o estudo pode estar sujeito a vieses importantes porque se baseou
em respostas dos entrevistados. "O estilo de vida de um
vegetariano pode ser diferente do de um carnívoro,
com diferenças no grau de
atividades e de estresse, por
exemplo. Então não se sabe
se o resultado se deve exclusivamente à dieta ou a uma
conjunção de fatores", diz.
O risco significativo de
câncer cervical entre os vegetarianos, para o oncologista, é exemplar. "Ele tem a ver
com exposição ao HPV. Não
acho que a causa seja a dieta,
mas o estilo de vida."
Embora menor do que o
dos carnívoros, o risco de os
vegetarianos terem câncer
de intestino foi considerado
elevado -levando em conta
que outros estudos demonstraram que uma dieta pobre
em frutas e verduras está associada à doença. O problema é que esse tipo de câncer
demora décadas para se instalar, e é possível que mudar
a alimentação ao longo da vida não diminua os riscos.
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