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Tamiflu não evita complicações da gripe, diz estudo
Não há evidências sobre a eficácia; pesquisadores levantam discussão sobre o uso contra gripe A (H1N1)
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma metanálise publicada
no "British Medical Journal"
mostrou que não existem evidências científicas suficientes
para afirmar que o Tamiflu,
medicamento produzido pela
Roche, previne complicações
derivadas da gripe sazonal, como uma pneumonia.
O trabalho avaliou 20 estudos e levantou a discussão entre os pesquisadores de que os
governos federais não deveriam investir recursos exagerados na compra desse medicamento, já que não há comprovações consistentes de sua eficácia. Para eles, os resultados
também colocam em dúvida a
eficácia do medicamento contra a gripe A (H1N1).
Segundo o infectologista Juvêncio Furtado, presidente da
Sociedade Brasileira de Infectologia, os resultados são esperados. "O vírus comum adquire
resistência ao remédio, pois é
usado rotineiramente ao longo
de anos em países desenvolvidos, e a eficácia é menor", diz.
Por esse motivo, a vacina se
mostra uma melhor opção para
grupos de risco (imunodeprimidos e idosos) prevenirem
problemas da gripe.
Já no caso da gripe A (H1N1),
Furtado defende que a eficácia
observada justifica o uso do Tamiflu. "Quando ministrado nas
primeiras 48 horas de contágio,
os riscos de complicação por
causa da doença são mínimos."
A Organização Mundial da
Saúde também afirma que o remédio deve ser usado nesse caso para reduzir a severidade
dos sintomas.
No Brasil, o remédio está disponível somente no sistema
público de saúde e pode ser retirado com receita médica. É
indicado para tratar casos graves de gripe ou pacientes com
fatores de risco, segundo o Ministério da Saúde.
A Roche afirmou em nota
"estar segura a respeito da integridade das informações que
dão suporte à eficácia e à segurança do Tamiflu, assim como
em relação à política de publicação dos resultados das pesquisas clínicas realizadas".
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