São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Tamiflu não evita complicações da gripe, diz estudo

Não há evidências sobre a eficácia; pesquisadores levantam discussão sobre o uso contra gripe A (H1N1)

JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma metanálise publicada no "British Medical Journal" mostrou que não existem evidências científicas suficientes para afirmar que o Tamiflu, medicamento produzido pela Roche, previne complicações derivadas da gripe sazonal, como uma pneumonia.
O trabalho avaliou 20 estudos e levantou a discussão entre os pesquisadores de que os governos federais não deveriam investir recursos exagerados na compra desse medicamento, já que não há comprovações consistentes de sua eficácia. Para eles, os resultados também colocam em dúvida a eficácia do medicamento contra a gripe A (H1N1).
Segundo o infectologista Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, os resultados são esperados. "O vírus comum adquire resistência ao remédio, pois é usado rotineiramente ao longo de anos em países desenvolvidos, e a eficácia é menor", diz.
Por esse motivo, a vacina se mostra uma melhor opção para grupos de risco (imunodeprimidos e idosos) prevenirem problemas da gripe.
Já no caso da gripe A (H1N1), Furtado defende que a eficácia observada justifica o uso do Tamiflu. "Quando ministrado nas primeiras 48 horas de contágio, os riscos de complicação por causa da doença são mínimos."
A Organização Mundial da Saúde também afirma que o remédio deve ser usado nesse caso para reduzir a severidade dos sintomas.
No Brasil, o remédio está disponível somente no sistema público de saúde e pode ser retirado com receita médica. É indicado para tratar casos graves de gripe ou pacientes com fatores de risco, segundo o Ministério da Saúde.
A Roche afirmou em nota "estar segura a respeito da integridade das informações que dão suporte à eficácia e à segurança do Tamiflu, assim como em relação à política de publicação dos resultados das pesquisas clínicas realizadas".


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