RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Pernambuco será o primeiro Estado brasileiro a produzir cola de fibrina, usada para acelerar a coagulação sanguínea em cirurgias de hemofílicos e diminuir riscos de hemorragias.
A Hemobras assinou ontem convênio com o governo do Estado para implantação da unidade no Hemope (Hemocentro de Pernambuco).
Segundo o presidente do Hemope, Divaldo Sampaio, a cola de fibrina não é amplamente usada no país devido ao alto custo. Cada mililitro, produzido por duas multinacionais, custa hoje cerca de R$ 1.200. Como em algumas cirurgias é utilizado menos que um mililitro, há desperdício do material.
Pelo acordo firmado ontem, o Hemope cede o espaço, em Recife, e técnicos. Receberá R$ 5 milhões da Hemobras para investimento na construção, na compra de equipamentos e no custeio.
Inicialmente, a produção, que deve ter início em seis meses, será de dez litros por ano -volume suficiente para ser utilizado em até 10 mil procedimentos-, com previsão de dobrar em 2010. Depois disso, a produção deve ser feita para atender a demanda do SUS.
O presidente da Hemobras, João Paulo Baccara, diz que a produção inicial será destinada a tratamento odontológico de hemofílicos, cirurgias ortopédicas, cardiológicas, neurológicas e transplantes hepáticos.
A escolha pelo Hemope se deu, segundo ele, pelo fato de a unidade ser uma referência nacional e também porque a Hemobras está construindo uma fábrica de medicamentos hemoderivados no Estado, com previsão de início de funcionamento em 2010.


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