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Foco
Após 3 anos, projeto Mãe Paulistana reduz morte na gravidez por hipertensão
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Três anos após a implantação do programa Mãe Paulistana, da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo,
a taxa de mortalidade materna por hipertensão na gravidez caiu 28% -de 14 para 10
óbitos por 100 mil bebês nascidos vivos- e o início do
pré-natal foi reduzido em
um mês -do quarto para o
terceiro mês de gestação.
Um dos grandes méritos
do programa, que já atendeu
308 mil gestantes, é ter eliminado uma cena que era
comum em São Paulo: a peregrinação de grávidas por
vários hospitais até encontrar uma maternidade onde
pudessem dar à luz.
Hoje, tão logo faz a primeira consulta em uma unidade
básica de saúde, a gestante é
automaticamente incluída
no programa. Tem acesso garantido às consultas e exames de diagnóstico e imagem, transporte gratuito e
vaga na maternidade. O bebê
ganha um enxoval completo
e também é acompanhado
até o primeiro ano de vida.
Um dado que preocupa a
coordenação do programa é
o percentual de grávidas fumantes: 15%. "Elas já recebem aconselhamento para
cessar o fumo na gestação,
mas, a partir deste ano, vamos intensificar programas
educativos", diz Maria Aparecida Orsini de Carvalho,
coordenadora do Mãe Paulistana. O tabagismo traz sérios prejuízos ao bebê, prematuridade e baixo peso.
Segundo a cardiologista
Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento de Tabagismo do InCor (Instituto do Coração), o
índice de gestantes tabagistas do programa é semelhante ao das mulheres brasileiras fumantes -cerca de 17%.
Issa sugere que, além de
programas comportamentais focados na cessação do
tabagismo, a secretaria considere a hipótese de distribuir pastilhas de reposição
de nicotina -com orientação médica- às gestantes fumantes que não conseguirem abandonar o vício.
Segundo Maria Carvalho,
o programa também conseguiu reduzir a taxa de cesáreas -de 35% para 31%, em
média. Fabiana Pereira, 20,
teve dois filhos por parto
normal -a última, Kauana,
nasceu anteontem no Hospital Vila Nova Cachoeirinha.
A jovem diz que o enxoval
doado pelo programa melhorou em três anos -passou de dez para 16 peças.
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