São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Foco

Após 3 anos, projeto Mãe Paulistana reduz morte na gravidez por hipertensão

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Três anos após a implantação do programa Mãe Paulistana, da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a taxa de mortalidade materna por hipertensão na gravidez caiu 28% -de 14 para 10 óbitos por 100 mil bebês nascidos vivos- e o início do pré-natal foi reduzido em um mês -do quarto para o terceiro mês de gestação.
Um dos grandes méritos do programa, que já atendeu 308 mil gestantes, é ter eliminado uma cena que era comum em São Paulo: a peregrinação de grávidas por vários hospitais até encontrar uma maternidade onde pudessem dar à luz.
Hoje, tão logo faz a primeira consulta em uma unidade básica de saúde, a gestante é automaticamente incluída no programa. Tem acesso garantido às consultas e exames de diagnóstico e imagem, transporte gratuito e vaga na maternidade. O bebê ganha um enxoval completo e também é acompanhado até o primeiro ano de vida.
Um dado que preocupa a coordenação do programa é o percentual de grávidas fumantes: 15%. "Elas já recebem aconselhamento para cessar o fumo na gestação, mas, a partir deste ano, vamos intensificar programas educativos", diz Maria Aparecida Orsini de Carvalho, coordenadora do Mãe Paulistana. O tabagismo traz sérios prejuízos ao bebê, prematuridade e baixo peso.
Segundo a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento de Tabagismo do InCor (Instituto do Coração), o índice de gestantes tabagistas do programa é semelhante ao das mulheres brasileiras fumantes -cerca de 17%.
Issa sugere que, além de programas comportamentais focados na cessação do tabagismo, a secretaria considere a hipótese de distribuir pastilhas de reposição de nicotina -com orientação médica- às gestantes fumantes que não conseguirem abandonar o vício.
Segundo Maria Carvalho, o programa também conseguiu reduzir a taxa de cesáreas -de 35% para 31%, em média. Fabiana Pereira, 20, teve dois filhos por parto normal -a última, Kauana, nasceu anteontem no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. A jovem diz que o enxoval doado pelo programa melhorou em três anos -passou de dez para 16 peças.


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