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Foco
Britânica infértil tem 2º bebê gerado com óvulo e útero de suas duas irmãs
Les Wilson
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As irmãs Charlotte, Helen e Alex, durante a gravidez
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez, duas irmãs inglesas se uniram para
dar um filho a uma terceira
irmã, que se tornou infértil
após tratamento de câncer.
Em 2005, em igual experiência, elas "geraram" Charlie, o
bebê que ficou conhecido como o primeiro a ter "três
mães". Agora, Charlie ganhou um irmão, Oliver.
Alex Patrick, 35, teve câncer cervical há sete anos e,
com isso, viu descartada a
possibilidade de gerar um filho. Sua irmã gêmea, Charlotte, e a mais velha, Helen,
decidiram ajudá-la. A primeira doou um óvulo -que
foi fecundado com o espermatozoide do marido de
Alex-, enquanto a segunda
emprestou o útero.
Ontem, as irmãs deram a
primeira entrevista, a um
programa de rádio da rede
BBC, desde o nascimento de
Oliver, em outubro do ano
passado. Na entrevista, Alex
contou que ficou "com o coração partido" quando descobriu, aos 28 anos, que não
poderia ter filhos, mas resolveu não desistir. Ela afirmou
que decidiu pedir o útero
"emprestado" após receber
uma carta na qual a irmã dizia que "faria qualquer coisa
para ajudá-la".
Helen relatou que, após o
pedido da irmã, sua primeira
reação foi dizer "sim, sem
problemas". Porém, depois
de pensar um pouco, percebeu que se tratava de algo
muito importante, mas ainda assim, após conversar
muito com a irmã, concluiu
que estava preparada.
Charlotte, doadora dos
óvulos, disse que seu marido
ficou preocupado com a situação, mas que o casal participou de sessões terapêuticas e de aconselhamento.
Alex conta que o primeiro
filho, Charlie, se parece muito com Charlotte. "As pessoas dizem que dá para identificar algumas feições do
meu marido, mas que ele
lembra muito a Charlotte.
Ele realmente tem jeitos e
faz algumas coisas que lembram muito ela", diz.
Oliver, o segundo filho, já
está com 15 semanas. Segundo Alex, ele se parece mais
com o marido do que com
sua irmã gêmea. "Os dois são
muito bonitos", diz.
No Brasil, uma resolução
do Conselho Federal de Medicina permite que uma irmã
-ou mãe- gere um filho para outra, mas não autoriza a
doação de óvulo -que deve
sempre ser anônima.
O médico Edson Borges,
especialista em reprodução
assistida, conta que já teve
uma paciente cujo filho foi
gerado no útero da amiga.
Por fugir das situações previstas na resolução, o caso
passou por análise no CFM,
que deu o aval.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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