São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Índice

Foco

Britânica infértil tem 2º bebê gerado com óvulo e útero de suas duas irmãs

Les Wilson
As irmãs Charlotte, Helen e Alex, durante a gravidez

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez, duas irmãs inglesas se uniram para dar um filho a uma terceira irmã, que se tornou infértil após tratamento de câncer. Em 2005, em igual experiência, elas "geraram" Charlie, o bebê que ficou conhecido como o primeiro a ter "três mães". Agora, Charlie ganhou um irmão, Oliver.
Alex Patrick, 35, teve câncer cervical há sete anos e, com isso, viu descartada a possibilidade de gerar um filho. Sua irmã gêmea, Charlotte, e a mais velha, Helen, decidiram ajudá-la. A primeira doou um óvulo -que foi fecundado com o espermatozoide do marido de Alex-, enquanto a segunda emprestou o útero.
Ontem, as irmãs deram a primeira entrevista, a um programa de rádio da rede BBC, desde o nascimento de Oliver, em outubro do ano passado. Na entrevista, Alex contou que ficou "com o coração partido" quando descobriu, aos 28 anos, que não poderia ter filhos, mas resolveu não desistir. Ela afirmou que decidiu pedir o útero "emprestado" após receber uma carta na qual a irmã dizia que "faria qualquer coisa para ajudá-la".
Helen relatou que, após o pedido da irmã, sua primeira reação foi dizer "sim, sem problemas". Porém, depois de pensar um pouco, percebeu que se tratava de algo muito importante, mas ainda assim, após conversar muito com a irmã, concluiu que estava preparada.
Charlotte, doadora dos óvulos, disse que seu marido ficou preocupado com a situação, mas que o casal participou de sessões terapêuticas e de aconselhamento.
Alex conta que o primeiro filho, Charlie, se parece muito com Charlotte. "As pessoas dizem que dá para identificar algumas feições do meu marido, mas que ele lembra muito a Charlotte. Ele realmente tem jeitos e faz algumas coisas que lembram muito ela", diz.
Oliver, o segundo filho, já está com 15 semanas. Segundo Alex, ele se parece mais com o marido do que com sua irmã gêmea. "Os dois são muito bonitos", diz.
No Brasil, uma resolução do Conselho Federal de Medicina permite que uma irmã -ou mãe- gere um filho para outra, mas não autoriza a doação de óvulo -que deve sempre ser anônima.
O médico Edson Borges, especialista em reprodução assistida, conta que já teve uma paciente cujo filho foi gerado no útero da amiga. Por fugir das situações previstas na resolução, o caso passou por análise no CFM, que deu o aval.
(CLÁUDIA COLLUCCI)


Texto Anterior: Crise aumenta estresse e procura por check-ups
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.