São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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"Venceu o interesse da indústria, e não do paciente"

DÉBORA MISMETTI

EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

A ampliação do acesso à cirurgia bariátrica nos Estados Unidos divide especialistas brasileiros.
Para o endocrinologista Bruno Geloneze, coordenador do laboratório de investigação em metabolismo e diabetes da Unicamp, a resolução da FDA não beneficia os pacientes. "Venceu o interesse econômico e não o interesse do paciente."
Já Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, acredita que a ampliação do acesso à banda gástrica é "mais uma evidência de que a cirurgia tem o seu papel nessa faixa de obesidade."
Mas, apesar de crer na eficácia dessa operação entre os menos obesos, ele afirma que outros tipos de operação podem ter resultados melhores no tratamento de doenças associadas, como o diabetes.
O procedimento, que coloca um anel de silicone para "estrangular" o estômago, não causa mudanças hormonais como outras cirurgias. Essas mudanças ajudariam mais o tratamento da diabetes do que a simples perda de peso, diz Bruno Geloneze.
O endocrinologista representou a América Latina no último encontro da International Diabetes Federation, no fim do ano passado.
A partir dessa reunião, será divulgado, em março, um documento que recomenda intervenções cirúrgicas para diabéticos obesos só em casos de IMC acima de 35.
As outras opções para redução de peso, como medicamentos associados a dieta, têm bons resultados, diz.
"Nessa faixa de obesidade, perdas de peso de 10% têm impacto grande e podem ser alcançadas sem cirurgia."
Mas a maioria das opções de medicamentos está ameaçada no Brasil e nos EUA.

CERCO AOS REMÉDIOS
Nos últimos meses, a FDA negou registro a três novos emagrecedores e tirou do mercado o Meridia, que contém sibutramina.
No Brasil, a Anvisa estuda, desde o ano passado, proibir a venda dos anorexígenos, que incluem a sibutramina e três derivados de anfetaminas (anfepramona, femproporex e mazindol).
A agência brasileira anuciou anteontem que vai tomar uma decisão sobre o veto aos remédios em março.


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