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Os hospitalistas estão chegando
Hospitais do país começam a ter nas equipes médicos que só cuidam de internados , com foco total no ambiente hospitalar; nos EUA, modelo reduziu mortalidade
CLÁUDIA COLLUCCI
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Médicos que só cuidam de
pacientes internados e, ao
mesmo tempo, entendem de
administração hospitalar. O
movimento dos hospitalistas
começa a ganhar força no
Brasil, após 14 anos de consolidação em hospitais americanos renomados como a
Mayo Clinic, o John Hopkins
Hospital e instituições da
Harvard Medical School.
O modelo é assim: a partir
da internação, o hospitalista
"assume" o doente. Decide
do antibiótico ao tipo de alimento mais apropriado. Passa também a ser o interlocutor com a família do doente e
com o plano de saúde.
Ao menos oito hospitais
brasileiros -entre eles o Santa Isabel, em Blumenau (SC),
o Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), e o Santa Izabel, em
Salvador (BA)- já adotaram
o modelo. A área ainda não é
reconhecida no Brasil.
Para a Anahp (Associação
Nacional de Hospitais Privados), o movimento crescerá
porque se traduz em melhoria da qualidade assistencial
e em maior segurança.
TEMPO E VIDA
Estudos mostram que,
com esses profissionais, houve redução da mortalidade e
do tempo de internação. As
despesas hospitalares também caíram em até 30%. Hoje, são mais de 20 mil hospitalistas atuando por lá.
"O hospitalista acompanha o paciente o tempo todo
dentro do hospital e está familiarizado com tecnologia
da informação, pesquisa médica e protocolos clínicos",
explica o médico Guilherme
Brauner Barcellos, presidente da Sociedade Brasileira de
Medicina Hospitalar.
Henrique Salvador, presidente da Anahp, diz que o gerenciamento do risco sempre
esteve focado nas unidades
críticas (UTIs) e que, agora,
passa a ser estendido para
pacientes menos graves.
O Hospital Santa Isabel, de
Blumenau, incorporou hospitalistas no seu corpo clínico em agosto de 2009 e já colhe frutos, como a redução
do tempo de internação (de
10,4 dias para 7,6 dias).
Segundo o médico Roger
Rodrigues, no início, houve
"ciumeira" dos clínicos por
deixar seus doentes aos cuidados dos hospitalistas. Depois, aceitaram a ideia. "É
um caminho sem volta."
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