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Brasil produzirá matéria-prima para insulina a partir de 2011
Estimativa das empresas fabricantes é que a produção seja de 800 kg por ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil voltará a produzir a
partir de 2011 insulina, medicamento usado no tratamento do
diabetes e que na última década
passou a ser totalmente importado da Alemanha, da Dinamarca e dos Estados Unidos.
A fusão de duas empresas no
Distrito Federal -a União Química Indústria Farmacêutica e
a Biomm Technology, que detém uma das quatro patentes
para produção de insulina no
mundo- possibilitará que o
país produza os cristais de insulina, matéria-prima para o medicamento. A empresa nacional
Biobrás chegou a fabricar insulina por quase duas décadas.
A estimativa das empresas é
que, dentro de dois anos, o Brasil produza 800 kg do produto
por ano, quantidade suficiente
para atender toda a demanda
nacional, além de permitir a exportação para outros países.
A produção do medicamento
foi anunciada ontem pelas empresas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro
da Saúde, José Gomes Temporão, em reunião com o governador do Distrito Federal, José
Roberto Arruda (DEM).
Até abril, serão contratadas
1.100 pessoas para implementação da unidade de produção
no Polo Tecnológico Juscelino
Kubitschek, em Brasília.
Segundo Temporão, a produção pelo país possibilitará a
queda do preço do produto e o
fim da dependência externa do
medicamento que hoje movimenta R$ 160 milhões ao ano
no mercado.
"Isso mostra a capacidade
brasileira no campo da ciência
e tecnologia porque com essa
produção vamos nos juntar a
um grupo muito restrito de países que detém a produção da
insulina", disse Temporão.
O laboratório de Farmanguinhos, ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) também
pretende fabricar insulina e
anunciou que vai retomar em
março o projeto de transferência de tecnologia com o laboratório Indar, da Ucrânia, para a
produção de insulina no país.
Em 2008, houve suspeitas na
qualidade dessa insulina, e a
Anvisa suspendeu as importações. Depois, a agência recuou e
disse que a suspensão tinha sido porque a fábrica ucraniana
precisava ser inspecionada.
(SIMONE IGLESIAS)
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