São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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Brasil produzirá matéria-prima para insulina a partir de 2011

Estimativa das empresas fabricantes é que a produção seja de 800 kg por ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil voltará a produzir a partir de 2011 insulina, medicamento usado no tratamento do diabetes e que na última década passou a ser totalmente importado da Alemanha, da Dinamarca e dos Estados Unidos.
A fusão de duas empresas no Distrito Federal -a União Química Indústria Farmacêutica e a Biomm Technology, que detém uma das quatro patentes para produção de insulina no mundo- possibilitará que o país produza os cristais de insulina, matéria-prima para o medicamento. A empresa nacional Biobrás chegou a fabricar insulina por quase duas décadas.
A estimativa das empresas é que, dentro de dois anos, o Brasil produza 800 kg do produto por ano, quantidade suficiente para atender toda a demanda nacional, além de permitir a exportação para outros países.
A produção do medicamento foi anunciada ontem pelas empresas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em reunião com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).
Até abril, serão contratadas 1.100 pessoas para implementação da unidade de produção no Polo Tecnológico Juscelino Kubitschek, em Brasília.
Segundo Temporão, a produção pelo país possibilitará a queda do preço do produto e o fim da dependência externa do medicamento que hoje movimenta R$ 160 milhões ao ano no mercado.
"Isso mostra a capacidade brasileira no campo da ciência e tecnologia porque com essa produção vamos nos juntar a um grupo muito restrito de países que detém a produção da insulina", disse Temporão.
O laboratório de Farmanguinhos, ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) também pretende fabricar insulina e anunciou que vai retomar em março o projeto de transferência de tecnologia com o laboratório Indar, da Ucrânia, para a produção de insulina no país.
Em 2008, houve suspeitas na qualidade dessa insulina, e a Anvisa suspendeu as importações. Depois, a agência recuou e disse que a suspensão tinha sido porque a fábrica ucraniana precisava ser inspecionada.
(SIMONE IGLESIAS)


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