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Eficácia de PSA na redução de morte por tumor na próstata é questionada
Um estudo diz que exame não salva vidas; outro verifica diminuição da mortalidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois novos estudos sobre
câncer de próstata publicados
no "New England Journal of
Medicine" chegam a diferentes
conclusões sobre o PSA, o exame que avalia a quantidade de
proteína produzida pela próstata e pode indicar a presença
de tumor. O primeiro, americano, diz que o exame não salva
vidas. O segundo, europeu, indica que o teste reduziu em
20% o índice de mortalidade.
Na semana passada, a Folha
publicou resultados de outro
estudo, da Universidade Johns
Hopkins (EUA), que apontava
que o teste não tinha eficácia
para idosos acima de 75 anos.
Os achados reacendem a polêmica sobre a eficácia ou não do
exame na prevenção do câncer.
No ano passado, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) desaconselhou o PSA como teste
de rotina, mas logo depois reconsiderou a decisão e mantém
a orientação de que o exame
deva ser feito como medida
preventiva. A SBU (Sociedade
Brasileira de Urologia) também recomenda o PSA.
O estudo norte-americano
acompanhou 76.693 homens
de 55 a 75 anos em dez cidades
e não observou diferenças no
número de mortes no grupo
que realizou o exame e naquele
que não fez o teste.
Para Carlos Corradi, chefe do
Departamento de Uro-oncologia da SBU, o estudo americano
não é conclusivo. "O resultado
final será divulgado daqui a alguns anos. Ainda é cedo para
afirmar que o "screening" não
ajuda. Um estudo de câncer de
próstata deve ter no mínimo
20 anos para dar uma resposta
mais conclusiva."
O urologista Miguel Srougi,
professor da USP, aponta ao
menos dois problemas no estudo americano. No grupo que
fez os exames, foram excluídos,
de antemão, os homens que já
tinham tumor de próstata, enquanto no grupo controle
-que não passou pelo "screening"- alguns participantes fizeram os testes preventivos
por conta própria. "Isso pode
enviesar os resultados."
O estudo europeu, que avaliou 162.243 homens de 55 a 69
anos em sete países, chegou a
uma conclusão parecida: verificou uma diminuição na mortalidade de 20%. "Para o câncer
de próstata diagnosticado em
estágio avançado não há cura.
Por isso, o check-up é fundamental", avalia Corradi.
(CC)
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