São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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FOCO

"Eu me agarrei a todas as possibilidades de cura"

FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO

Argentino radicado no Brasil há mais de quatro décadas, o aposentado Marcos Stisn, 76, descobriu que tem um linfoma há pouco mais de um ano e meio.
Como de praxe, fez seis sessões de quimioterapia para barrar o avanço da doença, já que o linfoma é um tipo de câncer que não tem como ser tratado com cirurgia.
Em agosto do ano passado, após o término da quimioterapia, o médico que o acompanha sugeriu que ele participasse como voluntário de um estudo clínico internacional, coordenado pelo laboratório Eli Lilly, para testar um novo medicamento.
Além do Brasil, outros 24 países participam desse estudo, que tem como objetivo avaliar se a nova droga é eficaz no controle da doença.
Os pacientes são acompanhados ao longo de três anos, mas ainda haverá um segmento até 2017, pois a intenção do laboratório é avaliar se os pacientes terão recidiva do tumor inicial.
Marcos não foi pago para participar da pesquisa, mas tem todos os custos envolvidos bancados pelo laboratório: recebe a medicação de graça e toda vez que retorna ao hospital para exames de rotina tem o estacionamento e as refeições pagas.
Sem saber muitos detalhes da pesquisa, Marcos toma quatro comprimidos por dia do tal medicamento. "Não sei direito o mecanismo do remédio, só sei que é para evitar que o linfoma volte", diz.
Ciente da condição de voluntário, o aposentado diz que não sentiu medo de tomar um medicamento que ainda está em fase de testes.
"Eu já tenho 76 anos, não posso ter medo de tentar. E não dá para esperar muito mais da vida, então eu me agarrei a todas as possibilidades possíveis de cura."
Marcos afirma que leva uma vida normal. "Estou muito satisfeito com os resultados. E o melhor de tudo: com o câncer controlado."


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