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FOCO
"Eu me agarrei a todas
as possibilidades de cura"
FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO
Argentino radicado no
Brasil há mais de quatro décadas, o aposentado Marcos
Stisn, 76, descobriu que tem
um linfoma há pouco mais
de um ano e meio.
Como de praxe, fez seis
sessões de quimioterapia para barrar o avanço da doença, já que o linfoma é um tipo
de câncer que não tem como
ser tratado com cirurgia.
Em agosto do ano passado, após o término da quimioterapia, o médico que o
acompanha sugeriu que ele
participasse como voluntário
de um estudo clínico internacional, coordenado pelo laboratório Eli Lilly, para testar
um novo medicamento.
Além do Brasil, outros 24
países participam desse estudo, que tem como objetivo
avaliar se a nova droga é eficaz no controle da doença.
Os pacientes são acompanhados ao longo de três
anos, mas ainda haverá um
segmento até 2017, pois a intenção do laboratório é avaliar se os pacientes terão recidiva do tumor inicial.
Marcos não foi pago para
participar da pesquisa, mas
tem todos os custos envolvidos bancados pelo laboratório: recebe a medicação de
graça e toda vez que retorna
ao hospital para exames de
rotina tem o estacionamento
e as refeições pagas.
Sem saber muitos detalhes
da pesquisa, Marcos toma
quatro comprimidos por dia
do tal medicamento. "Não sei
direito o mecanismo do remédio, só sei que é para evitar que o linfoma volte", diz.
Ciente da condição de voluntário, o aposentado diz
que não sentiu medo de tomar um medicamento que
ainda está em fase de testes.
"Eu já tenho 76 anos, não
posso ter medo de tentar. E
não dá para esperar muito
mais da vida, então eu me
agarrei a todas as possibilidades possíveis de cura."
Marcos afirma que leva
uma vida normal. "Estou
muito satisfeito com os resultados. E o melhor de tudo:
com o câncer controlado."
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