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Cuidados paliativos aumentam sobrevida de pessoas com câncer
Melhora na qualidade de vida deu três meses a mais para pacientes com tumor no pulmão
DONALD G. McNEIL JR.
DO "NEW YORK TIMES"
Médicos constataram que
pacientes com câncer pulmonar terminal que começaram
a receber cuidados paliativos
assim que a doença foi diagnosticada tiveram maior mobilidade, sofreram menos
dor à medida que o fim se
aproximava e viveram quase
três meses mais.
O estudo, publicado anteontem no "New England
Journal of Medicine", acompanhou por três anos 151 pacientes do hospital Massachusetts General, nos EUA.
Eles tinham câncer pulmonar de progressão acelerada
e foram designados aleatoriamente para receber apenas tratamento oncológico
ou tratamento oncológico associado a cuidados paliativos -analgésicos e outras
medidas para melhorar a
qualidade de vida.
Os pacientes que receberam cuidados paliativos desde o início relataram menos
depressão e vidas mais felizes, conforme medições de
dor, náusea e mobilidade.
A oncologista Jennifer S.
Temel, autora do estudo, disse que médicos e pacientes
costumam ver a medicina paliativa como algo dado a um
paciente hospitalizado na última semana de vida.
"Achamos que fazia sentido iniciar os cuidados no momento do diagnóstico, e ficamos satisfeitos por ver que o
impacto foi tão grande. Isso
mostra que a medicina paliativa e a oncológica não são
mutuamente excludentes."
O estudo não diz por que
as pessoas viveram mais,
mas os médicos têm teorias.
Sabe-se que a depressão
encurta a vida e que pacientes cuja dor é tratada dormem e comem melhor e conversam mais com a família.
Além disso, hospitais são
lugares perigosos para pessoas muito doentes: elas podem sofrer infecções fatais,
pneumonia e escaras ou sucumbir às drogas potentes e à
radiação aplicada para atacar seu câncer.
ESCOLHAS
O atendimento paliativo
começa com uma longa conversa sobre o que o doente
com diagnóstico terminal deseja do que resta de sua vida.
São dadas as opções que
qualquer oncologista apresenta ao paciente: cirurgia,
quimioterapia, radioterapia
e seus efeitos colaterais.
Mas a conversa também
trata de quanto sofrimento o
paciente quer suportar, dos
efeitos sobre a família e de
questões legais e religiosas.
Os médicos procuram controlar dor, náusea, edemas,
falta de ar e outros efeitos colaterais, além de lidar com as
preocupações dos pacientes
e assegurar que eles, quando
não estiverem no hospital,
tenham ajuda nas refeições,
para tomar banho e se vestir.
O próximo passo dos especialistas em medicina paliativa é o estudo de pacientes
com outros cânceres, doenças cardíacas, AVCs, demência e enfisema.
Tradução de CLARA ALLAIN
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