São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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Transplante pode usar rim de infartado

Estudo diz que órgão de cardíaco tem mesma qualidade dos de doadores com morte cerebral

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Rins transplantados de vítimas de infarto ou de outras doenças cardíacas servem para transplante tanto quanto os tirados de pacientes com morte cerebral.
Isso pode aumentar o número de órgãos disponíveis para transplante, segundo cientistas ingleses.
Os pesquisadores disseram que o medo de que os rins de vítimas cardíacas sejam inferiores é infundado.
"A falta de órgãos ainda é um dos maiores desafios da comunidade internacional de transplantes", disse Andrew Bradley, do Hospital de Addenbrooke, em Cambridge, que liderou o estudo.
"À luz das nossas descobertas, doadores com morte cardíaca representam uma fonte importante e ignorada de rins de boa qualidade."
Desde os anos 70, a maioria dos órgãos para transplante na Inglaterra e em outros países desenvolvidos vêm de doadores com morte cerebral, pessoas que sofreram lesões irreversíveis no cérebro e precisam de aparelhos para continuarem vivas.
Na última década, houve uma queda no número desses doadores, por causa do melhor tratamento para pacientes com lesões na cabeça e pela redução no número de acidentes de carro no país.
Na Inglaterra, o número de doadores vítimas de morte cardíaca aumentou para 32% de todas as doações em 2009. Em 2000, eles eram só 3% dos doadores, segundo a pesquisa, publicada no jornal "Lancet".
A equipe de médicos analisou a qualidade dos rins depois da morte cardíaca e comparou com os de morte cerebral usando dados de transplantes da Inglaterra.
Eles não encontraram diferenças entre a aceitação dos dois tipos de rim e na função renal até cinco anos após a operação.
"A doação após morte cardíaca começou a ser feita nos EUA, no Reino Unido, na Holanda e na Austrália. Espero que esse trabalho encoraje a expansão disso nesses países e demonstre que essa é uma fonte de órgãos valiosa para o resto do mundo", afirmou Dominic Summers, do departamento de cirurgia da Universidade de Cambridge, que participou do estudo.


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