São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Metade das gestantes de hospital paulista tem problemas bucais

Estudo avaliou 2.000 grávidas; doenças orais podem favorecer prematuridade

FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um levantamento feito com 2.000 gestantes em um hospital público paulista mostrou que quase metade tinha algum problema bucal -o que aumenta o risco de parto prematuro e de o bebê nascer com baixo peso, segundo pesquisas recentes.
Realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no Hospital Maternidade Interlagos, o estudo revelou que 988 mulheres, ou 49,4% do total, tinham algum problema bucal, como gengivite ou cárie.
A gravidez favorece o desenvolvimento dessas doenças. Um dos motivos é o fato de as flutuações hormonais mudarem a composição da saliva. "Ela fica menos fluida e protege menos os dentes contra as cáries", explica Francisco Barata Ribeiro, dentista do hospital.
As gengivas também ficam mais propensas a infecção. "Qualquer infecção pode favorecer um parto prematuro. E, hoje, alguns pesquisadores relacionam infecções gengivais ao mesmo problema", diz.
Vômitos e refluxo, comuns na gravidez, também prejudicam os dentes. Com o retorno do conteúdo gástrico, que é ácido, a cavidade oral fica mais ácida, o que pode levar a desgaste dentário. Escovar os dentes logo depois, diz Ribeiro, piora a abrasão. O melhor, nesses casos, é usar um enxaguatório.
Ingerir muitos alimentos ricos em carboidratos é outro hábito prejudicial. "Por causa de sua situação, as gestantes comem mais e, muitas vezes, escovam menos os dentes por ficarem mais indispostas", diz a dentista Simone Otero, professora da UnB (Universidade de Brasília). Ela lembra que, quando a mãe cuida dos próprios dentes, evita transmitir bactérias cariogênicas para o bebê -a cárie é transmissível.
Segundo os especialistas, gestantes devem redobrar os cuidados com a higiene oral e ir regularmente ao dentista. Há tratamentos não indicados no primeiro trimestre, mas check-up e limpeza podem ser feitos durante toda a gravidez.


Texto Anterior: Indústria terá que notificar efeitos adversos à Anvisa
Próximo Texto: Envelhecimento: Menos TV evita em 50% a perda de memória
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.