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Metade das gestantes de hospital paulista tem problemas bucais
Estudo avaliou 2.000 grávidas; doenças orais podem favorecer prematuridade
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um levantamento feito com
2.000 gestantes em um hospital público paulista mostrou
que quase metade tinha algum
problema bucal -o que aumenta o risco de parto prematuro e
de o bebê nascer com baixo peso, segundo pesquisas recentes.
Realizado pela Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo
no Hospital Maternidade Interlagos, o estudo revelou que
988 mulheres, ou 49,4% do total, tinham algum problema
bucal, como gengivite ou cárie.
A gravidez favorece o desenvolvimento dessas doenças.
Um dos motivos é o fato de as
flutuações hormonais mudarem a composição da saliva.
"Ela fica menos fluida e protege
menos os dentes contra as cáries", explica Francisco Barata
Ribeiro, dentista do hospital.
As gengivas também ficam
mais propensas a infecção.
"Qualquer infecção pode favorecer um parto prematuro. E,
hoje, alguns pesquisadores relacionam infecções gengivais
ao mesmo problema", diz.
Vômitos e refluxo, comuns
na gravidez, também prejudicam os dentes. Com o retorno
do conteúdo gástrico, que é ácido, a cavidade oral fica mais ácida, o que pode levar a desgaste
dentário. Escovar os dentes logo depois, diz Ribeiro, piora a
abrasão. O melhor, nesses casos, é usar um enxaguatório.
Ingerir muitos alimentos ricos em carboidratos é outro hábito prejudicial. "Por causa de
sua situação, as gestantes comem mais e, muitas vezes, escovam menos os dentes por ficarem mais indispostas", diz a
dentista Simone Otero, professora da UnB (Universidade de
Brasília). Ela lembra que, quando a mãe cuida dos próprios
dentes, evita transmitir bactérias cariogênicas para o bebê
-a cárie é transmissível.
Segundo os especialistas,
gestantes devem redobrar os
cuidados com a higiene oral e ir
regularmente ao dentista. Há
tratamentos não indicados no
primeiro trimestre, mas check-up e limpeza podem ser feitos
durante toda a gravidez.
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