São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

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DEBATE FOLHA

"Faltam mais estudos que provem riscos do celular"

Em debate na Folha, especialistas divergem sobre resultados de pesquisas

Para o oncologista Paulo Hoff, se houvesse impacto alto do telefone na saúde, isso já teria sido percebido

Carlos Cecconello/Folhapress
O engenheiro Alvaro Salles, o oncologista Paulo Hoff, Débora Mismetti, o biomédico Renato Sabbatini e o psiquiatra Elko Perissinotti

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

O celular causa ou não danos à saúde? A pergunta principal do debate promovido pela Folha na quarta-feira ficou sem resposta. Ou, com três respostas.
O oncologista Paulo Hoff, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o engenheiro Alvaro Salles, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o biomédico Renato Sabbatini, professor da Unicamp, e o psiquiatra Elko Perissinotti, do Hospital das Clínicas de São Paulo, não entraram em consenso sobre o resultados das pesquisas publicadas até agora.
Sabbatini, que coordenou uma revisão de estudos sobre o tema, se apoiou nos últimos resultados de uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde para afirmar que não há prova de risco.
" Não existe plausibilidade biofísica para esse efeito, uma vez que a intensidade dos campos [magnéticos do celular] é extremamente baixa, da ordem de miliwatts por metro quadrado."
Salles, estudioso dos efeitos da radiação emitida pelos celulares, citou dados de um apêndice da mesma pesquisa para defender o ponto de vista contrário.
"Usuários há mais de dez anos tiveram o dobro do risco de tumores cerebrais."
O oncologista Paulo Hoff ponderou que, com quase 5 bilhões de pessoas usando celular e com a explosão do uso nos últimos dez anos, se houvesse impacto na saúde, ele já estaria claro na sociedade. "Você não pode descartar que haja impacto mas, se houver, é pequeno."


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