|
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
DEBATE FOLHA
"Faltam mais estudos que provem riscos do celular"
Em debate na Folha, especialistas divergem sobre resultados de pesquisas
Para o oncologista Paulo Hoff, se houvesse impacto alto do telefone na saúde, isso já teria sido percebido
Carlos Cecconello/Folhapress
|
|
O engenheiro Alvaro Salles, o oncologista Paulo Hoff, Débora Mismetti, o biomédico Renato Sabbatini e o psiquiatra Elko Perissinotti
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE
O celular causa ou não danos à saúde? A pergunta
principal do debate promovido pela Folha na quarta-feira
ficou sem resposta. Ou, com
três respostas.
O oncologista Paulo Hoff,
do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o engenheiro Alvaro Salles, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, o biomédico
Renato Sabbatini, professor
da Unicamp, e o psiquiatra
Elko Perissinotti, do Hospital
das Clínicas de São Paulo,
não entraram em consenso
sobre o resultados das pesquisas publicadas até agora.
Sabbatini, que coordenou
uma revisão de estudos sobre
o tema, se apoiou nos últimos resultados de uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde para afirmar
que não há prova de risco.
" Não existe plausibilidade
biofísica para esse efeito,
uma vez que a intensidade
dos campos [magnéticos do
celular] é extremamente baixa, da ordem de miliwatts
por metro quadrado."
Salles, estudioso dos efeitos da radiação emitida pelos
celulares, citou dados de um
apêndice da mesma pesquisa para defender o ponto de
vista contrário.
"Usuários há mais de dez
anos tiveram o dobro do risco
de tumores cerebrais."
O oncologista Paulo Hoff
ponderou que, com quase 5
bilhões de pessoas usando
celular e com a explosão do
uso nos últimos dez anos, se
houvesse impacto na saúde,
ele já estaria claro na sociedade. "Você não pode descartar que haja impacto mas,
se houver, é pequeno."
Próximo Texto: Especialistas pedem cuidado no uso dos telefones por crianças Índice | Comunicar Erros
|