São Paulo, sábado, 22 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aumentam índices de câncer oral até os 40 anos

Álcool e contaminação por HPV elevam risco da doença

JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAl

Dados do Cancer Research UK, no Reino Unido, mostram que os casos de câncer oral em pessoas na faixa dos 40 anos aumentaram 28% nos homens e 24% nas mulheres na última década. A faixa mais comum de aparecimento da doença vai dos 55 aos 60 anos.
O principal fator de risco para esse tipo de câncer é o tabagismo, mas, nessa faixa etária, o consumo de álcool e a contaminação pelo HPV (papiloma vírus humano) são considerados os principais desencadeantes da doença naquele país.
"O consumo de álcool dobrou no Reino Unido desde 1950 e continua crescendo. Provavelmente o HPV e a alimentação também tenham papel importante", dizem os pesquisadores.
No Brasil, observa-se também um aumento no número de casos em pessoas com até 40 anos, afirma Luiz Paulo Kowalski, diretor da Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo. "Todas os especialistas com quem conversamos têm encontrado mais pessoas com o problema."
No entanto, as causas ainda não estão completamente esclarecidas por aqui. Um estudo recente com 125 pessoas com menos de 40 anos que desenvolveram câncer oral mostrou que esses pacientes consumiam menos álcool e tabaco do que uma população mais velha.
"Há várias hipóteses. Talvez estudos futuros venham mostrar uma relação com o consumo de álcool. Deve haver infecções que propiciam o aumento", diz Kowalski.
A contaminação por HPV também tem sido relacionada aos casos de câncer da orofaringe (região da base da língua) nessa faixa etária. A região das amígdalas atua como um depósito natural do vírus.
"O mais importante é dizer que esses tumores têm prevenção, com o uso de preservativos", alerta Gilberto de Castro Júnior, oncologista do serviço de oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.
Feridas na boca que não doem e persistem por semanas são o principal sintoma. "Às vezes, a pessoa não dá muita importância e só procura o médico quando há sintomas mais graves, como sangramento e secreções", lamenta Kowalski.
Lesões na língua, ínguas persistentes no pescoço que crescem com o passar do tempo, dificuldade para respirar, perda de peso e alterações na fala e na deglutição também podem indicar a doença.


Texto Anterior: Nova técnica faz operação por uma única incisão no umbigo
Próximo Texto: Atividade física: Exercícios aumentam expectativa de vida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.