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Aumentam índices de câncer oral até os 40 anos
Álcool e contaminação por HPV elevam risco da doença
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAl
Dados do Cancer Research
UK, no Reino Unido, mostram
que os casos de câncer oral em
pessoas na faixa dos 40 anos
aumentaram 28% nos homens
e 24% nas mulheres na última
década. A faixa mais comum de
aparecimento da doença vai
dos 55 aos 60 anos.
O principal fator de risco para esse tipo de câncer é o tabagismo, mas, nessa faixa etária, o
consumo de álcool e a contaminação pelo HPV (papiloma vírus humano) são considerados
os principais desencadeantes
da doença naquele país.
"O consumo de álcool dobrou
no Reino Unido desde 1950 e
continua crescendo. Provavelmente o HPV e a alimentação
também tenham papel importante", dizem os pesquisadores.
No Brasil, observa-se também um aumento no número
de casos em pessoas com até 40
anos, afirma Luiz Paulo Kowalski, diretor da Cirurgia de
Cabeça e Pescoço do Hospital
A. C. Camargo. "Todas os especialistas com quem conversamos têm encontrado mais pessoas com o problema."
No entanto, as causas ainda
não estão completamente esclarecidas por aqui. Um estudo
recente com 125 pessoas com
menos de 40 anos que desenvolveram câncer oral mostrou
que esses pacientes consumiam menos álcool e tabaco do
que uma população mais velha.
"Há várias hipóteses. Talvez
estudos futuros venham mostrar uma relação com o consumo de álcool. Deve haver infecções que propiciam o aumento", diz Kowalski.
A contaminação por HPV
também tem sido relacionada
aos casos de câncer da orofaringe (região da base da língua)
nessa faixa etária. A região das
amígdalas atua como um depósito natural do vírus.
"O mais importante é dizer
que esses tumores têm prevenção, com o uso de preservativos", alerta Gilberto de Castro
Júnior, oncologista do serviço
de oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São
Paulo Octavio Frias de Oliveira.
Feridas na boca que não
doem e persistem por semanas
são o principal sintoma. "Às vezes, a pessoa não dá muita importância e só procura o médico quando há sintomas mais
graves, como sangramento e
secreções", lamenta Kowalski.
Lesões na língua, ínguas persistentes no pescoço que crescem com o passar do tempo, dificuldade para respirar, perda
de peso e alterações na fala e na
deglutição também podem indicar a doença.
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