São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Foco

Einstein cria serviço que analisa movimentos do corpo em 3D

Equipamento identifica causa da alteração da marcha e severidade da lesão

DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital Israelita Albert Einstein inaugurou ontem um novo laboratório para diagnóstico e reabilitação de movimentos afetados por doenças como AVC (acidente vascular cerebral), paralisia cerebral e traumatismos, entre outras.
É o primeiro hospital privado do país a oferecer o serviço, até então disponível apenas em instituições especializadas em reabilitação, como o Sara Kubitschek ( Brasília) e a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
Os equipamentos -câmeras de infravermelho, plataformas de força, marcadores reflexivos, eletromiografia e softwares- permitem a avaliação do movimento em três dimensões, o que possibilita ao médico detectar de forma mais precisa as possíveis alterações.
Por meio desses resultados é possível identificar a causa da alteração da marcha (em envolve pernas, braços, tronco e cabeça), a severidade ou a extensão da doença ou da lesão, explica o médico Amâncio Ramalho Júnior, ortopedista e coordenador do Laboratório de Estudo do Movimento Einstein. "Fora do Brasil, é inadmissível você fazer uma cirurgia de uma criança com paralisia cerebral ou de adulto com acidente vascular cerebral, por exemplo, sem antes fazer a avaliação do movimento. É o mesmo que tratar de um infarto sem ter feito eletrocardiograma."
Ramalho Júnior diz que os equipamentos permitem que o médico avalie a ação dos músculos, a quantificação do movimento, da velocidade, dos ângulos e das forças que incidem nas articulações.
"Esse laboratório transforma o movimento em números. Isso permite não só avaliar o que está certo e o que está errado na locomoção da pessoa mas também sugerir procedimentos [cirurgia ou fisioterapia, por exemplo] para a correção e depois comparar se o tratamento melhorou ou piorou", explica o especialista.
Ele afirma que a principal vantagem da tecnologia é o diagnóstico mais preciso das alterações do movimento, além do fato de os resultados poderem sugerir o tratamento cirúrgico ou clínico mais adequado.
Durante o exame, o paciente anda em uma pista de quatro metros em velocidade confortável. Marcadores são colados em todo o corpo: cabeça, tronco, pelve, membros superiores e membros inferiores. Ao realizar o movimento, as câmeras de infravermelho reconhecem a posição dos marcadores no espaço e identificam a posição de cada articulação, detectando possíveis alterações.
"É velocidade de 400 quadros, como se fossem 400 fotografias por segundo. Você pega o movimento em todos os seus detalhes. É mais rápido que o cinema", afirma. (CC)


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