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Foco
Einstein cria serviço que analisa movimentos do corpo em 3D
Equipamento identifica causa da alteração da marcha e severidade da lesão
DA REPORTAGEM LOCAL
O Hospital Israelita Albert
Einstein inaugurou ontem um
novo laboratório para diagnóstico e reabilitação de movimentos afetados por doenças como
AVC (acidente vascular cerebral), paralisia cerebral e traumatismos, entre outras.
É o primeiro hospital privado
do país a oferecer o serviço, até
então disponível apenas em
instituições especializadas em
reabilitação, como o Sara Kubitschek ( Brasília) e a AACD
(Associação de Assistência à
Criança Deficiente).
Os equipamentos -câmeras
de infravermelho, plataformas
de força, marcadores reflexivos, eletromiografia e softwares- permitem a avaliação do
movimento em três dimensões,
o que possibilita ao médico detectar de forma mais precisa as
possíveis alterações.
Por meio desses resultados é
possível identificar a causa da
alteração da marcha (em envolve pernas, braços, tronco e cabeça), a severidade ou a extensão da doença ou da lesão, explica o médico Amâncio Ramalho Júnior, ortopedista e coordenador do Laboratório de Estudo do Movimento Einstein.
"Fora do Brasil, é inadmissível você fazer uma cirurgia de
uma criança com paralisia cerebral ou de adulto com acidente vascular cerebral, por exemplo, sem antes fazer a avaliação
do movimento. É o mesmo que
tratar de um infarto sem ter feito eletrocardiograma."
Ramalho Júnior diz que os
equipamentos permitem que o
médico avalie a ação dos músculos, a quantificação do movimento, da velocidade, dos ângulos e das forças que incidem
nas articulações.
"Esse laboratório transforma
o movimento em números. Isso
permite não só avaliar o que está certo e o que está errado na
locomoção da pessoa mas também sugerir procedimentos
[cirurgia ou fisioterapia, por
exemplo] para a correção e depois comparar se o tratamento
melhorou ou piorou", explica o
especialista.
Ele afirma que a principal
vantagem da tecnologia é o
diagnóstico mais preciso das alterações do movimento, além
do fato de os resultados poderem sugerir o tratamento cirúrgico ou clínico mais adequado.
Durante o exame, o paciente
anda em uma pista de quatro
metros em velocidade confortável. Marcadores são colados
em todo o corpo: cabeça, tronco, pelve, membros superiores
e membros inferiores. Ao realizar o movimento, as câmeras
de infravermelho reconhecem
a posição dos marcadores no
espaço e identificam a posição
de cada articulação, detectando
possíveis alterações.
"É velocidade de 400 quadros, como se fossem 400 fotografias por segundo. Você pega
o movimento em todos os seus
detalhes. É mais rápido que o
cinema", afirma.
(CC)
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