São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009

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Cientista foi acusado de contaminar lago

DA SUCURSAL DO RIO

Desde que se tornou uma autoridade em moluscos transmissores da esquistossomose, Wladimir Lobato Paraense foi chamado várias vezes para investigar focos da doença no Brasil.
Numa delas, narrada por Virgínia Schall no livro "Contos de Fatos - Histórias de Manguinhos" (ed. Fiocruz, R$ 24), o pesquisador foi designado para investigar em Belo Horizonte uma contaminação por esquistossomose, na década de 1950.
Ele identificou, entre outros focos, que o lago do parque Municipal, onde várias pessoas se banhavam aos fins de semana, era uma fonte de contaminação.
A descoberta não agradou às autoridades municipais, que negaram o fato afirmando que as águas do lago eram limpas e vinham somente de poços artesianos. À época, o cientista chegou a ser acusado de estar colocando caramujos nas águas do parque para assustar a população.
Determinado, Lobato decidiu estudar o mapa da cidade até descobrir um córrego que poderia estar contaminando o lago. Com ajuda de um assistente, colocou um corante azul no local e, em pouco tempo, as águas do lago ficaram coloridas.
Fez o mesmo com os banheiros do parque e revelou que o esgoto era jogado diretamente no lago, tornando o local um verdadeiro paraíso para caramujos transmissores da doença.
Depois de fotografar todas as etapas desse experimento, apresentou as evidências em um congresso médico realizado na capital mineira.
Um mês depois, a prefeitura de Belo Horizonte iniciava obras no parque público para evitar que o lago continuasse a ser contaminado. (AG)


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