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Cientista foi acusado de contaminar lago
DA SUCURSAL DO RIO
Desde que se tornou uma
autoridade em moluscos
transmissores da esquistossomose, Wladimir Lobato
Paraense foi chamado várias
vezes para investigar focos
da doença no Brasil.
Numa delas, narrada por
Virgínia Schall no livro
"Contos de Fatos - Histórias
de Manguinhos" (ed. Fiocruz, R$ 24), o pesquisador
foi designado para investigar
em Belo Horizonte uma contaminação por esquistossomose, na década de 1950.
Ele identificou, entre outros focos, que o lago do parque Municipal, onde várias
pessoas se banhavam aos
fins de semana, era uma fonte de contaminação.
A descoberta não agradou
às autoridades municipais,
que negaram o fato afirmando que as águas do lago eram
limpas e vinham somente de
poços artesianos. À época, o
cientista chegou a ser acusado de estar colocando caramujos nas águas do parque
para assustar a população.
Determinado, Lobato decidiu estudar o mapa da cidade até descobrir um córrego
que poderia estar contaminando o lago. Com ajuda de
um assistente, colocou um
corante azul no local e, em
pouco tempo, as águas do lago ficaram coloridas.
Fez o mesmo com os banheiros do parque e revelou
que o esgoto era jogado diretamente no lago, tornando o
local um verdadeiro paraíso
para caramujos transmissores da doença.
Depois de fotografar todas
as etapas desse experimento,
apresentou as evidências em
um congresso médico realizado na capital mineira.
Um mês depois, a prefeitura de Belo Horizonte iniciava
obras no parque público para
evitar que o lago continuasse
a ser contaminado.
(AG)
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