|
Texto Anterior | Índice
PLANTÃO MÉDICO
Substituição de válvula cardíaca sem cirurgia
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Os avanços da tecnologia
estão permitindo a realização de algumas mágicas. Entre elas, substituir uma válvula cardíaca sem precisar
abrir o coração.
Sabendo o truque, pode
até parecer fácil: o procedimento é feito através de cateteres com a prótese comprimida em sua ponta, que se
expande ao chegar à área onde irá substituir a função da
válvula, dentro do coração.
O cateter é direcionado ao
coração através de vasos
sanguíneos (vias transfemoral ou subclávia) ou transapical, pela ponta do coração.
Experimentalmente, em
nosso meio, essa intervenção já está sendo realizada.
O professor Eberhard
Grube, da Alemanha, em entrevista concedida ao jornal
da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista), refere acreditar que o
implante percutâneo autoexpansível de prótese aórtica é uma realidade (apenas
para a válvula aórtica).
Ele estuda o implante de
próteses aórticas em pacientes de alto risco desde o ano
de 2003, em substituição à
ainda hoje empregada cirurgia de substituição de válvulas cardíacas.
Durante o congresso europeu da especialidade, encerrado na última sexta-feira
em Barcelona, na Espanha,
os médicos Guilherme Attizani e Daniel Chamié editaram para o site da SBHCI um
boletim diário.
Um deles resume a análise
realizada por V. Schaechinger, da Alemanha, e os resultados observados em relação
ao implante da prótese aórtica em diversos centros da
Europa um ano depois de
feita a intervenção.
Segundo o relatório dos
médicos, ao final dos primeiros 12 meses, 96% dos pacientes submetidos à intervenção pela transfemoral
exibiam sobrevida isenta de
infarto do miocárdio e 93%,
de derrame.
Foi observada também
uma expressiva melhora nos
índices de desempenho funcional do coração aos seis
meses de seguimento clínico
e melhora da classe funcional 12 meses após o implante
da valva aórtica.
Texto Anterior: Cientista foi acusado de contaminar lago Índice
|