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HC de SP cria serviço de cuidados paliativos para doença avançada
A estimativa é beneficiar 70% dos pacientes internados na UTI cardiológica
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Hospital das Clínicas de
São Paulo criou um serviço de
cuidados paliativos, voltado a
pacientes com doenças avançadas e sem possibilidade de cura.
A proposta é que o tratamento
comece no diagnóstico e se estenda nas fases mais críticas e
após a morte do doente, com
apoio aos familiares.
Um estudo feito no HC mostrou que, na área da cardiologia,
60% dos doentes morrem na
UTI e 25% no pronto-socorro
ou nas enfermarias. A estimativa é que 70% dos doentes da
UTI e cerca de 50% dos que estão em enfermarias poderiam
estar sob cuidados paliativos.
O conceito de cuidados paliativos existe há 42 anos. Em
1987, a área virou especialidade
médica no Reino Unido -o
Brasil discute a possibilidade.
Segundo Ricardo de Carvalho, coordenador da equipe de
cuidados paliativos do HC, o
objetivo do serviço é oferecer
tratamentos tradicionais para
diminuir os sintomas (como remédios para aliviar a dor), além
da assistência psicossocial e espiritual. "Queremos prevenir e
aliviar o sofrimento de pacientes e familiares."
Entre os pacientes que poderão receber esses cuidados estão os que sofrem de cânceres
avançados e que não respondem às terapias e os que têm
doenças crônicas do coração,
rins e pulmão, com perda lenta
e progressiva das capacidades.
Há pesquisas que mostram
que o paciente sob cuidados paliativos pode viver mais e melhor do que aqueles que não recebem esse tipo de atenção.
"Tenho paciente que está há
15 anos sob cuidados paliativos.
O conceito não se aplica apenas
a doentes que estão à beira da
morte", diz Carvalho.
O serviço do HC também
pretende servir de "escola" para estudantes de medicina e de
outras áreas da saúde, além de
subsidiar pesquisas. "Há muito
preconceito em discutir questões ligadas à morte."
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