DO RIO
Com 30 anos de experiência, a pediatra Rosane de Lemos, 54, hoje vê metade de sua renda vir da escola de dança aberta pelas irmãs.
O envolvimento com a Petite Danse, no Rio, data de 1994, quando ela buscava uma forma de complementar o salário ganho no Hospital Municipal da Piedade.
Lemos conta que sua principal função na escola é fazer o acompanhamento médico dos alunos. "O que eu ganhava não dava para dar a vida que eu queria para meus dois filhos", diz ela, que, com 27 anos de trabalho no Piedade, recebe R$ 7.600.
"Muitos pediatras não trabalham em tempo integral na pediatria, senão não iam sobreviver", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo Vaz.
Segundo ele, é comum ver concursos oferecendo salários de R$ 800 a R$ 1.000.
Vaz destaca que os pediatras gerais não realizam exames que ajudam a engordar a renda. Por isso, defende a valorização do ato médico.
"Cada consulta é uma oportunidade de avaliar o desenvolvimento da criança e evitar problemas futuros."
Ele explica que alguns planos de saúde pagam mais pelas consultas de pediatria do que pelas de outras especialidades, para não ficar sem médicos credenciados.
"Isso está fazendo com que os pediatras voltem a atender nos consultórios."


Texto Anterior: Faltam pediatras em postos e hospitais do país
Próximo Texto: Regiões carentes terão mais vagas para residência
Índice | Comunicar Erros