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Prolongar vida não basta, diz soropositivo
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando José Araújo, 50,
foi diagnosticado com
HIV, não existiam remédios para a doença. Era
1985, e a notícia foi tão devastadora que, dois dias
depois, ele passou a sentir
"todos os sintomas da
Aids" -tudo "psicológico",
disse o médico.
Foi só em 2000 que José
precisou começou a tomar
o coquetel de remédios, já
existente. Mas enfrentou
efeitos colaterais como
diarréia e vômitos, que
afastaram o então comerciário do trabalho.
Hoje, ele se sente bem e
dirige uma entidade de
apoio a pessoas com HIV.
Difícil é encaixar os exames que precisa fazer na
sua rotina -que vai das
5h30 às 22h. "Produzo,
viajo, namoro uma pessoa
sem HIV. Vivo como qualquer um, só tenho o vírus."
Ele considera os remédios fundamentais. "Não
sei se estaria vivo por tanto tempo sem eles." Mas
diz que falta investir mais
para reduzir os efeitos adversos e melhorar a forma
de administrar a medicação. "Acham que estamos
bem porque demoramos
mais a morrer. Mas não
queremos só o prolongamento da vida. Queremos
uma vida com qualidade."
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